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Shell e FAPESP Investem em Tecnologias do Futuro para Acelerar a Transição Energética no Brasil

Iniciativa envolve universidades brasileiras e promete avanços em geração e armazenamento de energia sustentável

A Shell Brasil e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em parceria com as universidades UNICAMP, UFSCar e USP, firmaram um convênio que marca o início de 15 novos projetos de pesquisa no Centro de Inovação em Novas Energias (CINE). A iniciativa, com duração prevista de cinco anos, tem como meta desenvolver tecnologias que contribuam para a transição energética no Brasil, com foco em fontes renováveis e de baixo impacto ambiental.

Fundado em 2018 pela Shell e FAPESP, o CINE visa fomentar pesquisas de ponta que viabilizem o uso mais eficiente e sustentável de energias limpas, ajudando a reduzir gradualmente a dependência de combustíveis fósseis. A Shell Brasil vai destinar R$ 62,4 milhões ao projeto, montante financiado por meio da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional de Petróleo (ANP), enquanto a FAPESP investirá R$ 20 milhões.

O novo ciclo de pesquisas é dividido em quatro programas que se complementam: Geração de Energia, Armazenamento Avançado de Energia, Hidrogênio Verde e Design Computacional de Materiais. Estes programas buscarão soluções tecnológicas que promovam um uso mais eficiente de recursos energéticos, resultando em produtos mais econômicos e com menor pegada de carbono.

O Papel do CINE na Transição Energética

“O CINE pesquisa tecnologias alinhadas com as necessidades do mercado e com os desafios energéticos do mundo atual,” afirmou Olivier Wambersie, diretor de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil. “A Shell tem o compromisso de investir em inovação para acelerar a transição energética, e, junto com as melhores instituições do país, estamos criando as bases para um futuro mais sustentável.”

O CINE colabora ativamente com universidades e centros de pesquisa renomados, incluindo a UNICAMP, a UFSCar e a USP. De acordo com Ana Flávia Nogueira, diretora do CINE e professora do Instituto de Química da UNICAMP, o principal desafio é desenvolver alternativas que permitam reduzir o uso de combustíveis fósseis. “É fundamental avançarmos no desenvolvimento de energias renováveis e criar formas eficientes de armazená-las. Esse é um dos principais passos para descarbonizar os processos industriais e ampliar o uso de fontes limpas,” explicou Ana Flávia.

Os Quatro Programas do CINE

  1. Geração de Energia: Este programa investigará novas tecnologias de geração de energia a partir de fontes renováveis. Um dos principais projetos utiliza cristais de perovskita, material inovador e com menor pegada de carbono, como alternativa aos painéis solares de silício. A equipe do CINE pretende desenvolver protótipos de células solares de perovskita para testar em condições reais, visando otimizar a eficiência e reduzir os custos de produção.
  2. Armazenamento Avançado de Energia: O objetivo desse programa é melhorar a tecnologia de armazenamento de energia elétrica, permitindo que excedentes de produção sejam aproveitados quando a demanda estiver alta, amenizando a intermitência das fontes renováveis. A proposta busca o desenvolvimento de baterias mais eficientes e acessíveis, fundamentais para o uso contínuo e a expansão das energias solar e eólica.
  3. Hidrogênio Verde: Esse programa se concentrará na criação de materiais e tecnologias inovadoras para a produção de hidrogênio verde, com foco nos eletrolisadores, aparelhos que produzem hidrogênio pela quebra da molécula da água. A meta é tornar o hidrogênio verde mais acessível, reduzindo os custos de seus componentes e melhorando a eficiência dos processos.
  4. Design Computacional de Materiais: O uso de inteligência artificial e ferramentas computacionais permite que o CINE realize simulações e estudos de viabilidade, otimizando o desenvolvimento das demais tecnologias. Essa área vai investigar as melhores práticas para a criação de materiais, prevendo seu desempenho e aumentando a eficácia das pesquisas de campo.

Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico Administrativo da FAPESP, enfatizou a importância da continuidade do projeto: “A renovação da parceria com a Shell e a UNICAMP é essencial para que o Brasil avance na geração e no armazenamento de energia limpa. O CINE já obteve excelentes resultados, e esperamos que essa nova fase de pesquisas traga ainda mais inovações.”

Inovação para um Futuro Sustentável

A pesquisa com foco em hidrogênio verde se destaca, pois ele é um elemento essencial na substituição de combustíveis fósseis. Além de poder ser utilizado diretamente como combustível, o hidrogênio verde pode ser transformado em outras moléculas, o que amplia suas possibilidades de uso na indústria e no transporte, especialmente em setores que buscam reduzir suas emissões de CO₂.

Ana Flávia Nogueira ressalta: “O hidrogênio de baixo carbono representa uma alternativa multifuncional para o futuro, sendo tanto uma fonte de energia quanto uma matéria-prima com potencial para transformar a indústria.”

A parceria entre a Shell, a FAPESP e as principais universidades brasileiras ressalta o compromisso do país com a transição energética e a criação de soluções sustentáveis. Em um cenário global onde as mudanças climáticas exigem ações rápidas e eficazes, o CINE se posiciona como um ator-chave no desenvolvimento de tecnologias que prometem reduzir a dependência de combustíveis fósseis, alavancar o uso de energia renovável e impulsionar a inovação no Brasil.

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