Ministro Alexandre Silveira Apoia Medidas para Desconcentrar o Mercado de Gás e Impulsionar a Transição Energética com PATEN

Data:

Compartilhe:

Com o Programa de Aceleração da Transição Energética (PATEN), governo pretende diversificar a oferta de gás natural e fortalecer a competitividade industrial no Brasil

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende a aprovação do Programa de Aceleração da Transição Energética (PATEN), em tramitação no Senado Federal por meio do Projeto de Lei 327/2021. O relatório, apresentado pelo senador Laércio Oliveira, incorpora um conjunto de medidas que prometem transformar o mercado de gás natural no Brasil, atendendo a demandas de consumidores industriais por fontes mais diversificadas e sustentáveis. O objetivo é impulsionar a competitividade da indústria nacional e fomentar a industrialização ao promover um mercado de gás mais dinâmico e competitivo.

As mudanças propostas, segundo o ministro, alinham-se ao programa “Gás Para Empregar” — uma iniciativa que busca ampliar o acesso ao gás natural, fortalecendo a economia, gerando empregos e consolidando a soberania energética do Brasil. “Nosso país não pode abrir mão de sua soberania energética. Temos que explorar de forma segura, adequada e sustentável todas as nossas potencialidades, garantindo um mercado equilibrado e competitivo e uma população com mais oportunidades de emprego e renda. Esse projeto vai ao encontro do grande propósito do governo: gerar desenvolvimento econômico com frutos sociais”, destacou Silveira.

Capítulo Exclusivo para o Gás Natural e as Medidas Propostas

O senador Laércio Oliveira, relator do projeto, incluiu um capítulo específico para o gás natural, reconhecendo-o como um combustível de transição essencial para o futuro energético do Brasil. A iniciativa pretende expandir a participação do gás natural no mercado e introduzir um programa de venda compulsória de gás, também chamado de “gas release”, com a meta de diversificar a oferta de gás no país por meio de leilões que promovam a desconcentração do setor.

Para Alexandre Silveira, a desconcentração do mercado de gás natural e a regulamentação das infraestruturas de distribuição são pilares que podem transformar o Brasil em um dos líderes globais na produção e consumo de gás. “As medidas propostas pelo senador Laércio Oliveira estão em sintonia com as diretrizes do nosso programa Gás Para Empregar, democratizando o acesso ao gás natural, impulsionando o desenvolvimento industrial no Brasil e gerando empregos,” afirmou o ministro.

Regras para Agentes com Alta Participação de Mercado

Entre as medidas do PATEN, destacam-se quatro regras que estabelecem limites para agentes que detêm mais de 50% do mercado nacional. As principais diretrizes são:

  1. Limitação de Contratos: Agentes com mais de 50% do mercado não poderão firmar novos contratos de aquisição de gás de terceiros, sejam eles produtores nacionais ou internacionais.
  2. Redução Gradual de Volumes Contratados: Para esses agentes, haverá uma obrigatoriedade de reduzir em 20% ao ano o volume de gás adquirido de terceiros até alcançar uma redução completa em cinco anos.
  3. Leilão de Excedente de Gás: Caso a redução de volume não seja atingida por meio de contratos encerrados, o volume excedente deverá ser colocado em leilão compulsório, com valor mínimo baseado na média ponderada dos contratos vigentes.
  4. Exceções para GNL: A restrição de contratação de novos volumes não se aplica ao gás natural liquefeito (GNL), que já possui concorrência natural devido ao uso de terminais específicos de importação e processamento.

Integração Internacional e Acordos Regionais

Além de fortalecer o mercado interno, o ministro Silveira busca integrar o mercado de gás do Brasil com países vizinhos. “Recentemente, levei uma delegação de empresários para negociar diretamente com a YPFB, da Bolívia, e estou trabalhando para trazer gás natural de Vaca Muerta, na Argentina, via Bolívia ou Paraguai,” declarou o ministro, sinalizando que as articulações diplomáticas com a América Latina podem ampliar a oferta de gás para o Brasil.

Essa integração faz parte de uma estratégia para diversificar as fontes de gás e reduzir a dependência de grandes fornecedores internos, promovendo um ambiente de concorrência saudável e de melhor custo-benefício para o consumidor.

Ampliação da Infraestrutura e Projetos Estratégicos para Aumentar a Oferta

Desde o lançamento do programa Gás Para Empregar, o Brasil tem investido em projetos estratégicos que ampliam a oferta de gás natural e diversificam a matriz energética. Entre os principais avanços, destacam-se:

  • Complexo Boaventura e Rota 3: Iniciativas com potencial para injetar 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia na costa brasileira.
  • Projeto Raia: Com possibilidade de adicionar 14 milhões de metros cúbicos por dia ao mercado nacional.
  • Projeto Sergipe-Alagoas de Águas Profundas: Com capacidade de elevar a oferta em mais 18 milhões de metros cúbicos diários.
  • Lei do Combustível do Futuro: Criada para estimular o desenvolvimento do biometano, com potencial de produção de 60 milhões de metros cúbicos por dia.
  • Liberação de Produção de Gás Não Convencional: Já autorizada pela ANP, a exploração de gás não convencional em campos depletados poderia adicionar até 30 milhões de metros cúbicos diários ao fornecimento nacional.

Um Novo Ciclo de Industrialização para o Brasil

O PATEN e o “Gás Para Empregar” marcam uma etapa de transição energética focada em crescimento econômico, sustentabilidade e competitividade. O governo vê no gás natural uma oportunidade para reduzir a emissão de carbono, aumentando ao mesmo tempo a capacidade de produção e o poder de compra da indústria nacional.

A desconcentração do mercado de gás e a regulamentação robusta da infraestrutura de distribuição abrem caminho para que o Brasil alcance uma maior soberania energética e fortaleça suas indústrias em um mercado dinâmico e competitivo. Para o ministro Alexandre Silveira, as medidas do PATEN são um passo decisivo para transformar o setor energético brasileiro e inaugurar um novo ciclo de industrialização, com base em energia acessível e limpa.

spot_img

Artigos relacionados

Petrobras e BNDES Firmam Parceria de R$ 100 Milhões para Restauração Ecológica na Amazônia

Novo programa “Restaura Amazônia” visa regeneração ambiental, criação de empregos e preservação do ecossistema. Iniciativa também beneficia Cerrado...

Boletim da Energia Eólica da EPE Comemora 10 Anos de Contribuição ao Setor Energético

Publicação mensal acompanha evolução e desempenho da energia eólica no Brasil e é referência para o setor elétrico...

Light S.A. Recebe Aprovação nos EUA para Implementação do Plano de Recuperação Judicial

Tribunal de Falências do Texas confere eficácia ao plano de recuperação da Light S.A., permitindo sua execução nos...

Nova Plataforma da ANEEL Centraliza Pedidos de Outorgas de Geração a Partir de Dezembro

Com objetivo de modernizar e facilitar o processo de solicitação e gestão de outorgas, a ANEEL lançará em...