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BNDES Destina R$ 20,3 Milhões para Recuperação Ecológica na Bacia do Xingu

Quatro iniciativas receberão R$ 20,3 milhões para restaurar 700 hectares de floresta, fortalecer cadeias produtivas e promover a inclusão social

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, por meio da iniciativa Floresta Viva, a seleção de quatro projetos voltados à restauração ecológica e ao fortalecimento de cadeias produtivas na bacia hidrográfica do Rio Xingu, abrangendo áreas nos estados do Pará e Mato Grosso. Em parceria com a Energisa, a Norte Energia e o Fundo Vale, o BNDES destinará R$ 20,3 milhões em recursos não reembolsáveis para financiar a recuperação de áreas degradadas e incentivar atividades produtivas sustentáveis. A execução dos projetos será acompanhada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que organizou o processo seletivo e cuidará da gestão dos recursos.

Projetos Selecionados e Benefícios Esperados

Os quatro projetos selecionados englobam uma série de atividades voltadas à restauração e ao desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais. Entre eles estão:

  1. Na trilha da Floresta Viva – coordenado pela Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX), com foco na restauração ecológica socioprodutiva.
  2. Xingu Sustentável – desenvolvido pela Cooperativa Central de Produção Orgânica da Transamazônica e Xingu (CEPOTX), que busca alavancar o cultivo de cacau orgânico como forma de geração de renda e promoção da sustentabilidade.
  3. Sempre Vivas, Sempre Verdes – liderado pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), voltado à restauração ecológica e inclusão social.
  4. Resset Assurini – sob a gestão da Fundação de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável Guamá, este projeto visa implementar práticas ecológicas sustentáveis na região.

Com a meta de restaurar 700 hectares de floresta, as iniciativas também promoverão a estruturação de viveiros de mudas nativas, formação e fortalecimento de grupos de coletores de sementes, além da criação de uma agroindústria para o beneficiamento de cacau. Esses projetos também fomentarão a pesquisa científica na região, buscando desenvolver tecnologias e práticas mais eficazes para restauração e conservação.

Impactos Socioambientais e Alinhamento com os Objetivos Globais

A Floresta Viva é uma iniciativa que reflete o compromisso do BNDES com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), promovendo práticas que combatem as mudanças climáticas e restauram biomas essenciais, como a Amazônia. A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destacou que a iniciativa é um importante passo para a conservação da biodiversidade na bacia do Xingu, gerando impactos positivos tanto para a população local quanto para o meio ambiente. “O apoio a esses projetos reforça nosso compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento regional, beneficiando tanto as comunidades quanto o ecossistema”, ressaltou Campello.

Já o superintendente de Programas do Funbio, Manoel Serrão, destacou a importância de uma intervenção sustentável em uma área de alta relevância ecológica e social. “Restaurar uma área de 700 hectares no Xingu é uma ação que visa garantir um futuro sustentável para a população da Amazônia e para o país. Esta é uma ação que tem efeitos que reverberam em escala nacional”, afirmou Serrão.

Um Corredor de Sociobiodiversidade em Risco

A bacia hidrográfica do Rio Xingu cobre uma área de aproximadamente 53 milhões de hectares, conectando ecossistemas e comunidades ao longo de 50 municípios no Pará e Mato Grosso. Abrigando áreas de proteção ambiental, como terras indígenas e unidades de conservação, a bacia forma um corredor de sociobiodiversidade que desempenha um papel crítico na conexão entre biomas e na manutenção de processos ecológicos vitais. Contudo, o desmatamento ameaça o equilíbrio do Xingu, que perdeu cerca de 730 mil hectares entre 2019 e 2022, conforme dados de monitoramento ambiental.

Os projetos selecionados pelo BNDES visam não apenas reverter o quadro de degradação, mas também criar oportunidades econômicas para as populações locais, muitas das quais dependem diretamente da floresta para sua subsistência. Com práticas sustentáveis, como o cultivo de cacau orgânico, espera-se reduzir a pressão sobre o desmatamento e promover uma cultura de preservação que envolva as próprias comunidades.

Floresta Viva: Contribuição para Metas Sustentáveis de Longo Prazo

A Floresta Viva, que tem como meta investir R$ 693 milhões ao longo de sete anos, conta com 50% de financiamento do Fundo Socioambiental do BNDES e 50% de apoio de parceiros privados. Estima-se que a iniciativa possa restaurar entre 25.000 e 35.000 hectares de florestas e capturar entre 8 e 11 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera, ajudando o Brasil a alcançar suas metas de combate às mudanças climáticas.

Para o BNDES, este é um projeto que combina conservação ambiental com desenvolvimento econômico, o que reforça o papel estratégico da instituição no fomento a práticas sustentáveis. Além de preservar a floresta, a iniciativa gera emprego e renda nas regiões contempladas, criando um ciclo virtuoso de benefícios que integra a preservação da biodiversidade e o bem-estar das comunidades.

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