Após um ano de sucesso da Boia Bravo, novas unidades reforçam a ambição da Petrobras em liderar a transição energética no Brasil
A Petrobras anunciou um investimento significativo de R$ 60 milhões para expandir o projeto de monitoramento de ventos offshore por meio da Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore (Bravo). A iniciativa, que integra o portfólio de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I) da empresa, prevê a instalação de cinco novas unidades ao longo do litoral brasileiro, ampliando os estudos sobre o potencial da energia eólica offshore no país.
A tecnologia, desenvolvida pelo Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE), já está em operação há um ano na região de Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Desde então, a Bravo vem coletando dados ininterruptos sobre velocidade e direção do vento, além de variáveis meteorológicas e oceanográficas que são fundamentais para o desenvolvimento de projetos eólicos offshore.
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, ressaltou a importância da iniciativa para o futuro da energia no Brasil. “É mais um passo importante na nossa trajetória de transição energética. Essa fase do projeto é necessária para validação da tecnologia e resultará na maior campanha de mapeamento eólico offshore no Brasil, fundamental para a avaliação da viabilidade técnica de futuras instalações de energia eólica offshore”, comentou.
Um Marco para a Energia Eólica no Brasil
A primeira fase do projeto Bravo já foi considerada um sucesso por especialistas, com a unidade inicial alcançando um ano de medições contínuas e sem intercorrências. Segundo o coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros, os dados coletados têm sido um marco científico relevante para a energia eólica offshore no país. “O equipamento tem registrado este ano medições ininterruptas, o que representa um marco científico importante para a energia eólica offshore no Brasil, pois as análises consideram um período climático completo, incluindo meses do ano com ventos mais intensos”, explicou Medeiros.
Essa tecnologia inédita no Brasil é baseada no sistema Lidar (Light Detection and Ranging), um sensor óptico que utiliza feixes de laser para medir a velocidade e direção dos ventos. O Lidar flutuante da Bravo também é equipado para captar variáveis atmosféricas, como pressão, temperatura do ar e umidade relativa, além de variáveis oceanográficas, como correntes marítimas e ondas. Com 7 toneladas, 4 metros de diâmetro e altura, o equipamento é alimentado por módulos solares, tornando-o autossustentável em alto-mar.
Expansão Estratégica
A nova fase de investimento da Petrobras em eólica offshore faz parte da estratégia de transição energética da empresa, que já possui a maior capacidade protocolada junto ao Ibama para projetos de geração eólica offshore no Brasil. Com a expansão da Bravo, a Petrobras demonstra seu compromisso com o desenvolvimento de energias renováveis e o fortalecimento de parcerias com instituições nacionais de ponta.
“Através de parcerias com importantes instituições nacionais, impulsionamos o desenvolvimento tecnológico em energias renováveis, particularmente nessa pesquisa, com inovações em energia eólica offshore”, comentou Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras.
O investimento inicial de R$ 11,3 milhões para o desenvolvimento da primeira versão da Bravo foi realizado através do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Já a segunda fase do projeto receberá apoio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O Futuro da Energia Offshore no Brasil
A iniciativa da Petrobras é um passo crucial para tornar o Brasil um líder em energias renováveis na América Latina. A Bravo possibilita não só a coleta de dados valiosos sobre o potencial eólico offshore, mas também o desenvolvimento de conhecimento científico e tecnológico nacional em um setor estratégico para a transição energética. Com o lançamento das novas boias, espera-se que o país obtenha um mapeamento detalhado das regiões costeiras, essencial para projetar e desenvolver parques eólicos que aproveitem o extenso litoral e os fortes ventos brasileiros.
A Petrobras continua empenhada em investir em tecnologias inovadoras que reforcem seu compromisso com a sustentabilidade e a transição para uma matriz energética mais limpa. Com a expansão do projeto Bravo, a companhia se posiciona como um dos principais players em energia eólica offshore no Brasil, trazendo perspectivas promissoras para o setor e para o desenvolvimento de fontes renováveis no país.