Prévia da inflação supera expectativas de mercado e atinge maior alta desde setembro, pressionada pelo aumento da tarifa de energia residencial
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial no Brasil, registrou alta de 0,54% em outubro, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma aceleração significativa em comparação ao mês anterior, quando o indicador avançou 0,13%. A alta foi impulsionada principalmente pelo aumento de 5,29% nos preços da energia elétrica residencial, dentro do grupo Habitação, que subiu 1,72%, exercendo o maior impacto sobre o índice geral.
A adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos, foi o principal fator por trás do encarecimento da energia elétrica. Em setembro, esse componente já havia exercido pressão sobre o índice, mas em outubro, com a aplicação da nova bandeira tarifária, os preços subiram ainda mais. O impacto da energia elétrica residencial sobre o IPCA-15 foi de 0,26 ponto percentual, sendo o maior peso no mês.
A variação registrada em outubro superou as expectativas do mercado financeiro, que previa uma alta de 0,50% no mês e um acumulado de 4,43% em 12 meses. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registra avanço de 4,47%, acima dos 4,12% observados em setembro. No ano, o IPCA-15 já acumula alta de 3,71%.
Pressões setoriais e impacto da energia elétrica
A energia elétrica foi novamente o principal vilão da inflação em outubro, refletindo o impacto direto da nova bandeira tarifária. Com o cenário de geração de energia mais caro, devido às condições hidrológicas desfavoráveis, o governo acionou a bandeira vermelha patamar 2, encarecendo o custo da eletricidade para os consumidores.
Além do setor de Habitação, outras categorias também registraram variações, ainda que menores. No entanto, o aumento da energia elétrica residencial foi suficiente para puxar o IPCA-15 para cima de forma expressiva. A alta do IPCA-15 em outubro marca o terceiro mês consecutivo de aceleração, indicando que as pressões inflacionárias persistem, especialmente no que diz respeito aos custos de serviços e itens essenciais como energia.