A operação envolveu a restauração de linhas de transmissão e usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul, após chuvas intensas que afetaram o estado em abril e maio de 2024
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) concluiu com êxito uma operação especial voltada para a recuperação dos ativos do Sistema Interligado Nacional (SIN) no Rio Grande do Sul. As inundações que ocorreram no estado, entre o final de abril e início de maio de 2024, resultaram em danos substanciais à rede elétrica, comprometendo 35 linhas de transmissão, 14 transformadores e cinco usinas hidrelétricas. A operação especial foi mobilizada de maneira emergencial para mitigar os impactos causados pela interrupção dos serviços e acelerar a recuperação desses ativos essenciais para a segurança energética da região.
Essa intervenção, que durou cerca de quatro meses, envolveu uma equipe multidisciplinar, com o apoio de 16 agentes do setor elétrico, além de uma estreita colaboração entre o Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e órgãos estaduais e locais. “Recuperar os ativos do SIN no Rio Grande do Sul foi uma operação de grande porte, que demandou muita expertise técnica e capacidade de integração entre todos os envolvidos”, destacou o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
Um Desafio de Grandes Proporções
A recuperação dos ativos foi uma resposta à emergência criada pelas chuvas torrenciais que deixaram grande parte do Rio Grande do Sul em estado crítico, com regiões alagadas, danos em infraestruturas essenciais e uma população sofrendo com a falta de serviços básicos. As inundações não só interromperam o fornecimento de energia elétrica, mas também impuseram desafios operacionais ao sistema energético, exigindo respostas rápidas e precisas para restabelecer a normalidade.
O ONS precisou mobilizar equipes de controle para realizar uma operação em tempo real, operando sob condições imprevistas que se agravavam conforme as cheias avançavam. As salas de controle do ONS desempenharam um papel essencial na manutenção da rede elétrica, utilizando ferramentas avançadas de análise em tempo real e realizando estudos constantes para adaptar a operação do sistema às novas condições, com múltiplos desligamentos e a criação de circuitos provisórios.
Um dos principais objetivos do trabalho, além da recuperação dos ativos danificados, foi garantir que a confiabilidade da rede fosse mantida durante todo o processo, atendendo à demanda de energia do estado, mesmo nas áreas mais afetadas pelas inundações. A operação também contou com adaptações nos procedimentos normativos, que levaram em consideração as indisponibilidades dos equipamentos e as restrições associadas.
Cooperação e União no Setor Energético
O sucesso da operação no Rio Grande do Sul é um testemunho da capacidade de resposta do setor energético brasileiro frente a crises. O ONS, em conjunto com seus parceiros, garantiu a rápida recuperação da infraestrutura, mesmo diante de uma situação crítica. O diretor-geral Marcio Rea sublinhou que esse trabalho conjunto foi uma prova da resiliência do setor elétrico, destacando a capacidade de resposta rápida e eficaz em situações de calamidade.
“Foi um esforço bem-sucedido, numa atuação conjunta do ONS com o MME, a ANEEL, os agentes e os demais entes locais. Mais uma vez, demonstramos que o setor energético brasileiro é capaz de se unir para enfrentar e superar crises, assegurando a continuidade do fornecimento de energia à população”, afirmou Rea.
Entre os 35 ativos afetados pelas cheias, três ainda estão em fase final de recuperação, mas sem impactos significativos no fornecimento de energia: a linha de transmissão (LT) de 525 kV Nova Santa Rita/Guaíba 3 C2, com previsão de retorno para o final de outubro, e as usinas hidrelétricas de Monte Claro e Jacuí, que devem voltar a operar plenamente até o fim de 2024.
Lições e Projeções para o Futuro
O evento climático extremo que atingiu o Rio Grande do Sul expôs a necessidade contínua de resiliência e adaptação no setor energético brasileiro. As chuvas intensas e suas consequências foram um lembrete da importância de estar preparado para eventos climáticos adversos, que podem interromper não apenas o fornecimento de energia, mas impactar significativamente a infraestrutura de regiões inteiras.
O sucesso da operação especial coordenada pelo ONS demonstra que o Brasil possui uma sólida base técnica e operativa para enfrentar esses desafios, com equipes altamente capacitadas e tecnologias avançadas que permitem uma resposta rápida. No entanto, essa operação também ressaltou a importância de investimentos contínuos em infraestrutura energética e em planos de contingência, que garantam a rápida recuperação de ativos em casos de emergência.
Impacto no Rio Grande do Sul
O restabelecimento da rede elétrica no Rio Grande do Sul foi fundamental para a normalização das atividades econômicas e sociais do estado. As áreas mais afetadas pelas enchentes, que enfrentaram interrupções de serviços, agora veem uma recuperação gradual, com o retorno pleno da energia elétrica e a garantia de que o sistema está mais robusto e preparado para futuros desafios.
A operação especial do ONS também deixou um legado de cooperação interinstitucional e resiliência, demonstrando que o setor elétrico do país tem a capacidade de responder a crises complexas de maneira eficaz e integrada. A experiência adquirida com a recuperação no Rio Grande do Sul servirá de base para futuras respostas emergenciais, garantindo que o Brasil continue fortalecendo sua rede elétrica e assegurando o fornecimento contínuo de energia para toda a população.