Ministro de Minas e Energia exige ação rápida da distribuidora para reverter a falta de energia que afeta 430 mil imóveis após forte temporal
O Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, estabeleceu um prazo de três dias para que a Enel, distribuidora de energia responsável pela capital e Grande São Paulo, restabeleça a maior parte do fornecimento de eletricidade na região. A medida foi anunciada pelo ministro Alexandre Silveira durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 14 de outubro, em resposta às falhas que deixaram cerca de 430 mil imóveis sem energia desde o temporal que atingiu o estado na última sexta-feira (11).
Erros Reconhecidos e Força-Tarefa Nacional
De acordo com o ministro, houve erros graves por parte da Enel na resposta ao evento climático e na gestão do restabelecimento de energia. “Deixamos muito claro para a distribuidora os erros que cometeu”, afirmou Silveira. O governo, por sua vez, está agindo de forma coordenada para acelerar a resolução do problema, com outras concessionárias de energia de diversas regiões do país participando de uma força-tarefa para ajudar na recuperação da rede elétrica paulista.
O ministro enfatizou que a Enel terá que solucionar os principais problemas de maior volume dentro de três dias. “Ela tem que restabelecer, nos próximos três dias, a parte mais substancial da energia do povo de São Paulo”, afirmou. A operação envolverá a mobilização de equipes de manutenção, recursos materiais e apoio técnico de outras distribuidoras de energia do país, conforme articulação do Ministério de Minas e Energia.
O Impacto do Temporal e as Consequências
O apagão foi provocado por um forte temporal que atingiu o estado de São Paulo na última sexta-feira, 11 de outubro, causando destruição em diversas áreas, com quedas de árvores, postes de energia e inundações. A Defesa Civil do Estado relatou que, além dos danos materiais, sete pessoas perderam a vida na Região Metropolitana e no interior do estado em decorrência das tempestades. O sistema elétrico da região foi gravemente afetado, deixando milhares de pessoas sem eletricidade por dias.
Na manhã desta segunda-feira (14), 430 mil imóveis ainda estavam sem energia elétrica na capital paulista e cidades da Grande São Paulo, sendo 280 mil deles localizados na própria capital, de acordo com informações fornecidas pela Enel. Em muitas áreas, a população enfrentava transtornos não apenas pela falta de luz, mas também pela interrupção de outros serviços essenciais que dependem do fornecimento de eletricidade.
A Reação da Enel e Desafios na Recuperação
A Enel, por sua vez, reconheceu a gravidade da situação e a pressão por uma solução rápida. A empresa afirmou estar trabalhando em regime de urgência para restabelecer o serviço, mas destacou que a extensão dos danos causados pelo temporal complicou o processo de recuperação da rede elétrica. “Estamos fazendo o possível para recuperar a energia o mais rápido possível, priorizando as áreas mais críticas e aquelas que ainda permanecem sem abastecimento desde o temporal”, afirmou um porta-voz da distribuidora.
Ainda assim, a demora no restabelecimento tem gerado insatisfação tanto da população quanto das autoridades públicas. O ministro Alexandre Silveira, ao falar sobre os erros cometidos pela Enel, mencionou que a empresa falhou em prever a gravidade dos impactos climáticos e em se preparar adequadamente para lidar com uma situação emergencial dessa magnitude.
Apoio Federal e Medidas de Fiscalização
Além da pressão para que a Enel solucione rapidamente os problemas, o governo federal está coordenando com outras empresas do setor elétrico para fornecer suporte técnico e logístico. Silveira mencionou que, como parte da força-tarefa, equipes de outras concessionárias estão sendo deslocadas para a capital paulista para ajudar no reparo da infraestrutura danificada.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) também está envolvida no processo, com equipes monitorando de perto o progresso da recuperação. A ANEEL já havia anunciado que faria uma investigação detalhada sobre a atuação da Enel durante o apagão, e agora, com o apoio do Ministério de Minas e Energia, as falhas operacionais da distribuidora serão formalmente avaliadas. Dependendo dos resultados da investigação, a concessionária poderá ser multada e sofrer sanções administrativas.
População e Economia em Alerta
O prolongamento da falta de energia em São Paulo, um dos principais centros econômicos do Brasil, tem gerado sérias consequências para a população e para os negócios locais. Além de problemas em residências, hospitais, escolas e pequenos comércios, a economia também tem sofrido. Muitas empresas relataram prejuízos com a interrupção de suas atividades, enquanto consumidores enfrentam perdas de alimentos perecíveis e dificuldades no transporte público.
Em alguns bairros, moradores chegaram a organizar protestos para cobrar mais rapidez na recuperação da energia, especialmente nas áreas mais vulneráveis da cidade. A Prefeitura de São Paulo informou que está trabalhando em conjunto com o governo estadual para ajudar a mitigar os danos, mas destacou que a responsabilidade sobre o restabelecimento do serviço recai inteiramente sobre a Enel.