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Brasil assume liderança global na transição energética com o Combustível do Futuro, sancionado por Lula

Com a nova lei, o país vai investir R$ 260 bilhões na descarbonização de transportes e mobilidade, consolidando-se como potência verde e promovendo o desenvolvimento de indústrias sustentáveis

Em um movimento que marca a história da transição energética mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, no dia 8 de outubro de 2024, a Lei do Combustível do Futuro. A cerimônia, realizada na Base Aérea de Brasília, durante a feira Liderança Verde Brasil Expo, reforçou o compromisso do Brasil com a descarbonização e abriu caminho para uma série de investimentos que somam R$ 260 bilhões. A iniciativa, considerada o maior programa de descarbonização de transportes e mobilidade do planeta, foi concebida pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e tem como objetivo transformar o Brasil em um líder absoluto da economia verde.

A revolução energética brasileira

Durante o evento, o presidente Lula destacou as vantagens competitivas naturais do Brasil na geração de energias renováveis, como solar, eólica, hídrica e o hidrogênio verde, ressaltando o papel central que o país desempenhará na revolução energética mundial. “O Brasil é o país que vai fazer a maior revolução energética do planeta Terra, e não tem ninguém para competir. Qual o país do mundo que pode competir com o Brasil na energia eólica, solar, hídrica, com o hidrogênio verde? Então nós só temos que ter vontade de ser grande e ter autoestima”, afirmou o presidente.

A sanção da Lei do Combustível do Futuro consolida a posição do Brasil como um dos principais atores da transição energética global. A expectativa é que a legislação reduza a emissão de 705 milhões de toneladas de CO2 até 2037, ao mesmo tempo em que atrai grandes investimentos e promove o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para a descarbonização.

O potencial da economia verde

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a importância estratégica da lei, que alia a força da agricultura brasileira à incomparável capacidade do país na produção de biocombustíveis. Ele ressaltou que o Brasil está entrando em uma nova era agroenergética. “Estamos colocando o Brasil na dianteira da nova economia: a economia verde”, afirmou Silveira. Segundo o ministro, o Combustível do Futuro é um marco que não só descarboniza setores poluentes, como também introduz o combustível sustentável de aviação (SAF) e o diesel verde na matriz energética do país, tornando a transição energética uma realidade acessível para o Brasil.

Entre os combustíveis sustentáveis a serem produzidos, estão o diesel verde, obtido a partir de matérias-primas renováveis como gorduras vegetais e animais, além de biomassas e cana-de-açúcar, que ajudará a reduzir as emissões de carbono de veículos pesados. Outro combustível inovador é o biometano, uma alternativa mais limpa ao gás natural, especialmente utilizado no transporte urbano e em veículos pesados. O setor aéreo também será beneficiado com o SAF (Sustainable Aviation Fuel), que utiliza matérias-primas renováveis para criar um combustível mais sustentável para aviões.

Investimentos robustos e inovação

A sanção da lei gerou uma onda de anúncios de novos investimentos no setor energético. Empresas como a Raízen, a Inpasa e o Grupo Potencial apresentaram compromissos ambiciosos de expandir a infraestrutura de biocombustíveis no Brasil. A Raízen, por exemplo, anunciou a construção de nove novas plantas de etanol de segunda geração (E2G), com investimento de R$ 11,5 bilhões. Já a Inpasa comprometeu-se com R$ 3,4 bilhões para construir duas plantas de etanol e uma biorrefinaria no município de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Esses investimentos reforçam o papel do Brasil como líder global na produção de biocombustíveis.

O Grupo Potencial, por sua vez, destinará R$ 3 bilhões para expandir a produção de biodiesel, incluindo a ampliação de uma planta no Paraná, que será a maior produtora mundial de biodiesel em operação única. Outros investimentos de destaque incluem a planta de captura e estocagem de carbono (CCS) do Grupo FS, no Mato Grosso, e os R$ 1,3 bilhão para o corredor verde de transporte de gás natural liquefeito (GNL), um projeto assinado pelas empresas Virtu GNL, Eneva e Edge.

Inovações na Liderança Verde Brasil Expo

Durante a feira Liderança Verde Brasil Expo, que ocorreu em paralelo à cerimônia de sanção, o público pôde ver de perto o futuro da mobilidade sustentável no Brasil. A exposição contou com veículos e aeronaves movidos a combustíveis renováveis, incluindo caminhões, ônibus, tratores e aviões, em parceria com empresas como Azul, Latam e GOL. Uma aeronave da Azul, movida a SAF, foi assinada pelo presidente Lula e pelo ministro Alexandre Silveira como um símbolo do compromisso do país com o futuro verde.

Empresas e associações do setor energético, como a ABiogás, Abradee, Sindigás e Abrage, marcaram presença no evento, reforçando a importância da colaboração entre governo e iniciativa privada para o sucesso da transição energética no Brasil.

Brasil: liderança verde global

Com a Lei do Combustível do Futuro, o Brasil está investindo em sua própria infraestrutura energética e exportando soluções e inovações para o mundo. A introdução de tecnologias avançadas de biocombustíveis e a regulamentação da captura e estocagem de carbono colocam o país na vanguarda da luta contra as mudanças climáticas. Ao evitar a emissão de mais de 700 milhões de toneladas de CO2 até 2037, o Brasil reafirma seu compromisso com um futuro sustentável, combinando desenvolvimento econômico com preservação ambiental.

A expectativa é que o programa transforme o Brasil em um dos principais polos de energia renovável do mundo, gerando empregos, atraindo investimentos e consolidando a economia verde como um dos pilares do desenvolvimento nacional.

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