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Alexandre Silveira exige ações globais para garantir uma transição energética justa e equilibrada

Na abertura da CEM15-MI9, em Foz do Iguaçu, o ministro de Minas e Energia defende cooperação internacional e compromissos concretos entre as nações para acelerar a transição energética sustentável

Durante a abertura da Clean Energy Ministerial (CEM15) e da Mission Innovation (MI9), eventos que reúnem representantes das maiores economias mundiais para discutir o futuro da energia limpa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fez um apelo contundente por uma mobilização coletiva global para acelerar a transição energética. O evento, realizado em Foz do Iguaçu, Paraná, nesta quinta-feira (3/10), ocorre em paralelo às reuniões do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 e conta com a presença de representantes de mais de 20 países.

Silveira defendeu que a transição energética deve ser justa, inclusiva e equilibrada, com foco em garantir que nenhum país ou população seja deixado para trás nesse processo. Para isso, segundo o ministro, é fundamental que as nações assumam compromissos concretos e cooperem de forma mais intensa para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

“A cooperação internacional é imprescindível e não pode ser subestimada. Estamos todos conectados em um único ecossistema global, e nenhuma ação isolada será capaz de solucionar o problema climático. Juntos, somos mais fortes e podemos enfrentar os desafios que estão por vir,” afirmou o ministro durante o discurso de abertura do evento.

Transição energética e sustentabilidade: o papel do Brasil no cenário global

O Brasil, segundo maior país do G20 em termos de energia renovável, já possui uma matriz energética majoritariamente limpa, com 85% de sua eletricidade proveniente de fontes renováveis, como hidrelétricas, eólicas e solares. Silveira destacou essa liderança durante seu discurso, afirmando que o país tem o potencial para se tornar uma referência global na produção de energia sustentável.

“Nosso compromisso é expandir ainda mais nossa capacidade de geração de energia renovável, ao mesmo tempo em que buscamos atrair investimentos internacionais para viabilizar novos projetos de infraestrutura verde,” ressaltou o ministro.

Ainda assim, Silveira reconheceu que, apesar dos avanços, o Brasil e o mundo enfrentam enormes desafios, como o aumento dos impactos das mudanças climáticas, a necessidade de descarbonização dos setores produtivos e o risco crescente de insegurança energética. Para mitigar esses problemas, ele frisou a importância de políticas públicas consistentes e da colaboração entre governos, setor privado e sociedade civil.

Declaração conjunta inédita: compromisso global pela sustentabilidade

Um dos pontos altos da reunião foi o anúncio de uma declaração conjunta inédita entre os países participantes da CEM e da MI, que deverá ser assinada ao final do evento. Esta declaração tem como objetivo formalizar o comprometimento das nações envolvidas com a aceleração da transição energética e a implementação de medidas concretas para combater as mudanças climáticas.

“Pela primeira vez na história da CEM e da MI, estamos elaborando uma declaração conjunta, que reconhece os esforços de todos os envolvidos e reflete a nossa capacidade coletiva de entregar resultados ao mundo,” explicou Silveira.

O documento visa estabelecer metas ambiciosas para o uso de energias renováveis, eficiência energética e tecnologias de baixo carbono, bem como definir mecanismos de cooperação internacional para financiar projetos em países emergentes.

Silveira destacou a importância de que os compromissos firmados sejam acompanhados de ações reais e mensuráveis, que garantam que a transição energética beneficie a todos. “Precisamos sair daqui com novas ideias, colaborações e compromissos efetivos. Este é um marco importante na nossa jornada coletiva rumo a um mundo mais limpo, mais justo e mais sustentável,” concluiu o ministro.

Desafios globais e o papel da cooperação internacional

Além das oportunidades, o ministro brasileiro também alertou para os desafios que as economias emergentes enfrentam no cenário de transição energética. Entre os riscos apontados estão a oscilação das moedas locais em relação ao dólar e ao euro, a inconstância dos preços da energia, as políticas de juros internas e a insegurança jurídica. Esses fatores, segundo Silveira, podem dificultar o desenvolvimento de projetos de energia limpa e reduzir a atratividade para investidores estrangeiros.

“O Brasil, assim como outros países, enfrenta desafios significativos, mas isso não pode ser uma barreira para avançarmos. O risco faz parte do processo de transformação, e é nosso dever mitigar esses impactos por meio de uma forte cooperação internacional e da implementação de políticas públicas robustas,” defendeu o ministro.

Protagonismo do Brasil na transição energética

O Brasil tem se destacado nas discussões globais sobre transição energética e sustentabilidade, especialmente em fóruns internacionais como o G20. A liderança do país na adoção de energias renováveis e sua experiência no uso de biocombustíveis, como o etanol, fazem com que ele seja visto como um importante player no cenário energético global.

A participação do Brasil na CEM15-MI9 reforça esse papel de liderança e seu compromisso com o futuro sustentável. O país tem atraído cada vez mais investimentos internacionais para projetos de energia limpa, além de colaborar com outras nações na implementação de tecnologias de baixo carbono.

O evento de alto nível em Foz do Iguaçu promete ser um marco para o Brasil e para o mundo, no caminho para uma transição energética eficiente e justa, baseada na cooperação global e no desenvolvimento sustentável.

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