Segunda-feira, Maio 19, 2025
22.8 C
Rio de Janeiro

Alexandre Silveira exige ações globais para garantir uma transição energética justa e equilibrada

Na abertura da CEM15-MI9, em Foz do Iguaçu, o ministro de Minas e Energia defende cooperação internacional e compromissos concretos entre as nações para acelerar a transição energética sustentável

Durante a abertura da Clean Energy Ministerial (CEM15) e da Mission Innovation (MI9), eventos que reúnem representantes das maiores economias mundiais para discutir o futuro da energia limpa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fez um apelo contundente por uma mobilização coletiva global para acelerar a transição energética. O evento, realizado em Foz do Iguaçu, Paraná, nesta quinta-feira (3/10), ocorre em paralelo às reuniões do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 e conta com a presença de representantes de mais de 20 países.

Silveira defendeu que a transição energética deve ser justa, inclusiva e equilibrada, com foco em garantir que nenhum país ou população seja deixado para trás nesse processo. Para isso, segundo o ministro, é fundamental que as nações assumam compromissos concretos e cooperem de forma mais intensa para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

“A cooperação internacional é imprescindível e não pode ser subestimada. Estamos todos conectados em um único ecossistema global, e nenhuma ação isolada será capaz de solucionar o problema climático. Juntos, somos mais fortes e podemos enfrentar os desafios que estão por vir,” afirmou o ministro durante o discurso de abertura do evento.

Transição energética e sustentabilidade: o papel do Brasil no cenário global

O Brasil, segundo maior país do G20 em termos de energia renovável, já possui uma matriz energética majoritariamente limpa, com 85% de sua eletricidade proveniente de fontes renováveis, como hidrelétricas, eólicas e solares. Silveira destacou essa liderança durante seu discurso, afirmando que o país tem o potencial para se tornar uma referência global na produção de energia sustentável.

“Nosso compromisso é expandir ainda mais nossa capacidade de geração de energia renovável, ao mesmo tempo em que buscamos atrair investimentos internacionais para viabilizar novos projetos de infraestrutura verde,” ressaltou o ministro.

Ainda assim, Silveira reconheceu que, apesar dos avanços, o Brasil e o mundo enfrentam enormes desafios, como o aumento dos impactos das mudanças climáticas, a necessidade de descarbonização dos setores produtivos e o risco crescente de insegurança energética. Para mitigar esses problemas, ele frisou a importância de políticas públicas consistentes e da colaboração entre governos, setor privado e sociedade civil.

Declaração conjunta inédita: compromisso global pela sustentabilidade

Um dos pontos altos da reunião foi o anúncio de uma declaração conjunta inédita entre os países participantes da CEM e da MI, que deverá ser assinada ao final do evento. Esta declaração tem como objetivo formalizar o comprometimento das nações envolvidas com a aceleração da transição energética e a implementação de medidas concretas para combater as mudanças climáticas.

“Pela primeira vez na história da CEM e da MI, estamos elaborando uma declaração conjunta, que reconhece os esforços de todos os envolvidos e reflete a nossa capacidade coletiva de entregar resultados ao mundo,” explicou Silveira.

O documento visa estabelecer metas ambiciosas para o uso de energias renováveis, eficiência energética e tecnologias de baixo carbono, bem como definir mecanismos de cooperação internacional para financiar projetos em países emergentes.

Silveira destacou a importância de que os compromissos firmados sejam acompanhados de ações reais e mensuráveis, que garantam que a transição energética beneficie a todos. “Precisamos sair daqui com novas ideias, colaborações e compromissos efetivos. Este é um marco importante na nossa jornada coletiva rumo a um mundo mais limpo, mais justo e mais sustentável,” concluiu o ministro.

Desafios globais e o papel da cooperação internacional

Além das oportunidades, o ministro brasileiro também alertou para os desafios que as economias emergentes enfrentam no cenário de transição energética. Entre os riscos apontados estão a oscilação das moedas locais em relação ao dólar e ao euro, a inconstância dos preços da energia, as políticas de juros internas e a insegurança jurídica. Esses fatores, segundo Silveira, podem dificultar o desenvolvimento de projetos de energia limpa e reduzir a atratividade para investidores estrangeiros.

“O Brasil, assim como outros países, enfrenta desafios significativos, mas isso não pode ser uma barreira para avançarmos. O risco faz parte do processo de transformação, e é nosso dever mitigar esses impactos por meio de uma forte cooperação internacional e da implementação de políticas públicas robustas,” defendeu o ministro.

Protagonismo do Brasil na transição energética

O Brasil tem se destacado nas discussões globais sobre transição energética e sustentabilidade, especialmente em fóruns internacionais como o G20. A liderança do país na adoção de energias renováveis e sua experiência no uso de biocombustíveis, como o etanol, fazem com que ele seja visto como um importante player no cenário energético global.

A participação do Brasil na CEM15-MI9 reforça esse papel de liderança e seu compromisso com o futuro sustentável. O país tem atraído cada vez mais investimentos internacionais para projetos de energia limpa, além de colaborar com outras nações na implementação de tecnologias de baixo carbono.

O evento de alto nível em Foz do Iguaçu promete ser um marco para o Brasil e para o mundo, no caminho para uma transição energética eficiente e justa, baseada na cooperação global e no desenvolvimento sustentável.

Destaques

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em energia limpa no Brasil

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até 44% o custo da eletricidade na Amazônia

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Palácio da Alvorada terá usina solar e prevê economia anual de R$ 1 milhão com energia

Com investimento de R$ 3,5 milhões via Programa de...

Últimas Notícias

Alubar promove mudanças na Diretoria Executiva e fortalece liderança estratégica e...

Empresa líder na fabricação de cabos e vergalhões de...

Indústria alimentícia aposta em motores elétricos para elevar eficiência, segurança e...

Com crescimento acelerado e demanda por alimentos saudáveis, setor...

Novo PAC ignora realidades da Amazônia e compromete infraestrutura sustentável, aponta...

Estudo revela que o programa repete falhas históricas ao...

Brasil precisa destravar entraves para acelerar o mercado de gás natural...

Com foco na transição energética e na necessidade de...

Reforma do setor elétrico pode aumentar em até 18,5% a TUSD...

Proposta do MME realoca custos tarifários e pressiona principalmente...

ISA ENERGIA BRASIL conclui modernização estratégica do Centro de Operação de...

Unidade reforça a retaguarda operacional da companhia com tecnologia...

Artigos Relacionados

Categorias Populares