Investimentos do Novo PAC impulsionam a demanda por profissionais qualificados em energias renováveis e eficiência energética no setor educacional
O Ministério de Minas e Energia (MME) participou, nos dias 24 e 25 de setembro, do Encontro Nacional EnergIFE, realizado em Florianópolis (SC). O evento reuniu representantes de diversas Instituições Federais de Educação e especialistas para debater temas como energias renováveis e eficiência energética, com o objetivo de fortalecer essas áreas no ambiente acadêmico e no setor produtivo.
Durante o encontro, Marco Juliatto, coordenador-geral de articulação de Políticas para Transição Energética do MME, ressaltou a importância da recém-criada Política Nacional de Transição Energética (PNTE), que estabelece diretrizes estratégicas para promover uma transição energética sustentável no Brasil. A PNTE visa preparar o país para um cenário de redução das emissões de carbono, maior uso de fontes limpas de energia e eficiência energética.
Segundo Juliatto, um dos desafios mais urgentes do setor é o desenvolvimento de uma força de trabalho qualificada. “A Política Nacional de Transição Energética e a Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (PNEPT) precisarão articular estratégias para prover a sociedade e o setor produtivo com profissionais capacitados para a transição energética”, destacou. Ele enfatizou que os investimentos previstos pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) em Transição e Segurança Energética irão demandar uma oferta crescente de mão de obra qualificada em todos os níveis, o que inclui técnicos, especialistas e líderes de projetos.
A importância da formação acadêmica na transição energética
Um dos pontos centrais abordados durante o evento foi a necessidade de as instituições federais de ensino, como os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, estarem alinhadas com os novos desafios do setor energético. A participação ativa da academia no desenvolvimento de tecnologias e na formação de profissionais capacitados para atuar em energias renováveis e eficiência energética foi destacada como fundamental.
Juliatto ainda mencionou os instrumentos Plante e Fonte, que são pilares da Política Nacional de Transição Energética. O Plante (Plano Nacional de Transição Energética) e o Fonte (Fórum Nacional de Transição Energética) foram desenvolvidos para coordenar esforços de todos os setores da sociedade, incluindo a academia, na promoção da transição energética. Segundo o coordenador do MME, a integração entre essas políticas e o setor educacional é crucial para garantir a formação de profissionais que atendam às exigências do mercado de trabalho.
EnergIFE: Conectando educação e energia
O Encontro Nacional EnergIFE é uma iniciativa promovida pelo Ministério da Educação (MEC) por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), com o objetivo de debater e disseminar práticas de energias renováveis e eficiência energética nas Instituições Federais de Educação. O programa EnergIFE, que dá nome ao evento, foi desenvolvido para fomentar projetos de sustentabilidade e inovação energética no âmbito educacional, em parceria com instituições como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) e a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), além de iniciativas como o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ Brasil).
A mesa de abertura contou com a presença de diversos especialistas, como James Silveira, coordenador-geral do projeto EnergIF no IFSC, e Sabrina Pacheco, pró-reitora de Desenvolvimento Institucional do IFSC, representando o reitor da instituição. Também estiveram presentes Zízimo Moreira, diretor-geral do Campus Florianópolis, e Juliana Godoy, superintendente de Gestão de Programas de Governo da ENBPar/Procel.
A chefe de Projeto da GIZ Brasil, Julia Giebeler, destacou a importância das parcerias internacionais no desenvolvimento de iniciativas que promovam a transição energética no Brasil. Ela apontou que a experiência alemã na área de energias renováveis pode servir como referência para o aprimoramento dos projetos em execução nas instituições brasileiras, fortalecendo a cooperação entre os dois países.
O Novo PAC e a demanda por profissionais capacitados
Outro ponto de destaque abordado por Marco Juliatto durante o evento foi o impacto dos investimentos do Novo PAC no setor de transição energética. Ele ressaltou que, com os recursos previstos para o fortalecimento da infraestrutura energética, será necessária a ampliação e aceleração da formação de profissionais qualificados. “A transição energética é um processo que exigirá não só inovação tecnológica, mas também uma força de trabalho preparada para enfrentar os novos desafios do setor”, afirmou.
O Novo PAC prevê investimentos significativos em projetos de energias renováveis, como solar, eólica e biomassa, além de reforçar as iniciativas de eficiência energética em diversas áreas, incluindo o setor educacional. Esses investimentos buscam não apenas modernizar a matriz energética brasileira, mas também garantir que o país se torne um dos líderes mundiais na produção de energia limpa e sustentável.