Horário de Verão pode gerar economia de R$ 400 milhões, aponta ONS em novo estudo

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Estudo técnico do ONS destaca eficiência do Horário de Verão no atendimento à demanda de energia e economia para o Sistema Interligado Nacional

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou um estudo técnico sobre o impacto do Horário de Verão no sistema elétrico brasileiro, apontando ganhos significativos para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN). A avaliação foi apresentada durante uma reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada no dia 19 de setembro na sede do ONS, no Rio de Janeiro, e contou com a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia (MME).

De acordo com o estudo, o Horário de Verão, caso seja implementado no cenário atual, pode contribuir para a redução de até 2,9% na demanda máxima por energia durante o horário noturno. Essa redução ocorre principalmente entre as 18h e 20h, período em que o SIN enfrenta maiores desafios para equilibrar a saída da geração solar centralizada e da Micro e Mini Geração Distribuída (MMGD), além do aumento da demanda por eletricidade.

Eficiência do Horário de Verão na ponta de carga

Um dos pontos de destaque do estudo é a contribuição do Horário de Verão para atender à demanda de pico, especialmente nas primeiras horas da noite, quando a geração solar deixa de estar disponível. O ONS aponta que a adoção dessa medida facilita o manejo do SIN nesse período crítico, ajudando a evitar sobrecargas e custos elevados.

O diretor-geral do ONS, Marcio Rea, afirmou que o estudo é parte de um conjunto de ações do Plano de Contingência desenvolvido pelo Operador para melhorar a gestão do sistema elétrico. “O estudo foi apresentado ao Ministro Alexandre Silveira e será agora avaliado pelo Ministério de Minas e Energia. O ONS segue à disposição do MME para contribuir com as melhores decisões, sempre com base em dados técnicos qualificados. Nosso objetivo é garantir a eficiência do Sistema Interligado Nacional e beneficiar a sociedade brasileira”, declarou Rea.

Além da redução da demanda, o estudo estima uma economia significativa no custo de operação do SIN, próximo de R$ 400 milhões durante o período de outubro a fevereiro. Essa economia reflete a menor necessidade de acionamento de usinas termelétricas e outros recursos mais caros para suprir a demanda de energia no horário de ponta.

Potencial impacto econômico e ambiental

A economia de R$ 400 milhões projetada pelo ONS seria alcançada, sobretudo, pela redução de custos operacionais, como a menor ativação de usinas térmicas durante os meses mais críticos em termos de demanda e geração de energia solar. O estudo sugere que, em um cenário de afluências críticas — quando a geração hidrelétrica pode ser limitada —, a adoção do Horário de Verão é ainda mais relevante para garantir a segurança e eficiência do sistema elétrico.

Além do benefício econômico, a adoção do Horário de Verão também pode trazer ganhos ambientais, já que o menor acionamento de usinas térmicas implica uma redução nas emissões de gases de efeito estufa. Esse ponto é particularmente importante em um momento em que o Brasil busca reforçar suas políticas de transição energética e compromisso com metas de sustentabilidade.

Decisão nas mãos do Executivo

Apesar dos dados técnicos apresentados pelo ONS, a decisão sobre o retorno do Horário de Verão cabe ao Poder Executivo, mais especificamente ao Ministério de Minas e Energia, que está analisando o estudo para decidir sobre o assunto. O Horário de Verão foi suspenso em 2019, após estudos que indicaram uma mudança nos padrões de consumo de energia, tornando o impacto da medida menos relevante em comparação com décadas anteriores. No entanto, o novo contexto energético, com o crescimento das fontes renováveis intermitentes como a solar, pode trazer uma reavaliação da medida.

O estudo do ONS foi apresentado como parte de um Plano de Contingência mais amplo, desenvolvido pelo Operador para enfrentar desafios no gerenciamento do SIN, incluindo a variabilidade das fontes renováveis e os períodos de maior demanda. A Nota Técnica detalhando a avaliação do Horário de Verão já está disponível para consulta pública.

Próximos passos

Com a apresentação do estudo ao MME, as próximas etapas envolvem a análise técnica por parte do Ministério e possíveis consultas junto a outros órgãos e especialistas do setor elétrico. O retorno do Horário de Verão pode ser adotado já no próximo período, entre outubro e fevereiro, caso a avaliação técnica e as decisões políticas apontem nessa direção.

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