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Bandeira Vermelha ou Amarela de Energia Deve Persistir Até o Fim do Ano, Afirma Aneel

Cobranças adicionais refletem a escassez na geração de energia e afetam diretamente o consumidor

A conta de energia elétrica dos brasileiros deve continuar sob a pressão das bandeiras tarifárias vermelha ou amarela até o final de 2024, segundo projeções de Sandoval Feitosa, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Feitosa, que discursou em um evento da Frente Nacional dos Consumidores de Energia em Brasília, nesta quarta-feira (18), destacou a tendência de manutenção dessas bandeiras devido à situação climática e ao uso intensificado de usinas termelétricas, que apresentam custos mais altos de operação em comparação com as hidrelétricas.

Em sua fala, Feitosa explicou que a projeção oficial ainda não foi concluída, mas a expectativa é que o sistema de bandeiras continue alternando entre amarela e vermelha até dezembro. Esse sistema, implementado em 2015, foi criado para ajustar o custo da energia elétrica em momentos de escassez de recursos hídricos ou condições desfavoráveis à geração de energia, como períodos de seca prolongada ou alta demanda pelo uso de termelétricas.

Custo adicional ao consumidor

Quando as condições de geração de energia são adversas e a bandeira tarifária não é verde, o consumidor final enfrenta uma cobrança adicional em sua conta de luz. A aplicação da bandeira amarela implica um custo extra de R$ 2,989 para cada 100 kWh consumidos, enquanto a bandeira vermelha, no patamar 1, representa uma adição de R$ 6,50 para o mesmo consumo. No patamar 2, esse valor sobe ainda mais, chegando a R$ 9,795.

Em julho de 2024, foi acionada a bandeira amarela pela primeira vez desde abril de 2022, motivada pelo maior uso das termelétricas, que têm uma operação mais cara do que as fontes hídricas. Em setembro, a bandeira vermelha voltou a ser ativada, algo que não ocorria desde 2021, quando o Brasil passou por uma grave crise hídrica, afetando diretamente o nível dos reservatórios das hidrelétricas, a principal fonte de geração de energia no país.

Apesar da ativação da bandeira vermelha, Feitosa ressaltou que a situação energética atual é mais favorável do que a enfrentada em 2021. “Sob o ponto de vista climático, parece ser mais grave pelo que sentimos de mais calor, queimadas. Mas, do ponto de vista qualitativo e quantitativo, o sistema elétrico está muito melhor do que estava, com o crescimento das fontes renováveis”, disse.

Impacto do clima e das renováveis

O diretor-geral da Aneel reconheceu que as condições climáticas extremas que o Brasil está enfrentando — com um aumento significativo nas queimadas e temperaturas elevadas — têm impacto no setor elétrico, especialmente no que diz respeito à demanda por energia. Contudo, Feitosa destacou que o crescimento das fontes renováveis de geração, como a energia eólica e solar, ajudou a estabilizar o sistema energético, minimizando os efeitos da escassez hídrica nos reservatórios das hidrelétricas.

Nos últimos dois anos, as bandeiras tarifárias se mantiveram verdes, refletindo uma melhora nos níveis dos reservatórios após o período crítico de 2021. Isso foi possível, em parte, pelo avanço das energias renováveis na matriz energética brasileira. De acordo com Feitosa, a diversificação das fontes de energia no Brasil contribuiu para garantir maior segurança e previsibilidade no fornecimento de energia, mesmo diante de condições climáticas adversas.

Perspectivas para o final de 2024

Ainda que a situação seja mais controlada do que em crises anteriores, o acionamento das bandeiras amarela e vermelha reflete a necessidade de ajuste nos custos de geração de energia. Com o cenário atual de seca e maior demanda por usinas termelétricas, os consumidores precisam estar preparados para continuar pagando mais caro pelo uso da eletricidade até o fim de 2024.

Além disso, a expectativa é que, com a chegada da estação quente no Brasil, a demanda por energia aumente, especialmente em regiões onde o uso de ar-condicionado e ventiladores é mais intenso. Isso pode manter a pressão sobre o sistema elétrico, exigindo maior uso de fontes de geração mais caras, como as termelétricas.

Feitosa, no entanto, se mostrou otimista com o cenário futuro do sistema energético brasileiro. O crescimento das fontes renováveis tem desempenhado um papel crucial na recuperação e estabilização da matriz energética, e novos investimentos em energias limpas estão sendo feitos para garantir a resiliência do sistema a longo prazo.

Em um momento de transição para uma economia mais sustentável, o Brasil continua avançando no desenvolvimento de projetos eólicos, solares e híbridos, que deverão desempenhar um papel cada vez mais relevante na matriz energética do país, reduzindo a dependência das hidrelétricas e minimizando o impacto das crises hídricas sobre o custo da energia para o consumidor final.

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