Setor elétrico enfrenta riscos crescentes com o aumento de focos de incêndio; tecnologias meteorológicas são essenciais para mitigar impactos
O setor elétrico brasileiro está em alerta máximo devido ao aumento significativo no número de focos de incêndio em 2024. Com mais de 109 mil queimadas registradas até o momento – um aumento de 78% em comparação ao mesmo período do ano passado – o impacto sobre a infraestrutura de energia é preocupante. A previsão é de que a estiagem se prolongue até novembro, o que intensifica o risco para as operações e ativos das empresas do setor. O alerta foi emitido pela Climatempo, líder em consultoria meteorológica e previsão do tempo na América Latina.
Cenário Crítico e Impactos no Setor Elétrico
Pedro Regoto, meteorologista da Climatempo, destacou que as condições atuais são particularmente desfavoráveis para a propagação de incêndios. “O período úmido esperado nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste está atrasado, assim como a chegada da La Niña, que poderia trazer chuvas precoces nesta primavera. A combinação de baixa umidade, vegetação seca e temperaturas elevadas cria um ambiente ideal para queimadas”, explicou Regoto.
Os impactos das queimadas no setor elétrico são múltiplos e graves. Entre os principais efeitos estão:
- Redução da Eficiência de Geração: O aumento da temperatura local pode diminuir a eficiência de geração, especialmente em usinas solares.
- Acúmulo de Sujidade em Painéis Solares: A deposição de partículas e cinzas reduz a capacidade de geração de energia dos painéis solares.
- Danificação da Rede de Transmissão: A presença de partículas e cinzas pode causar curtos-circuitos e danos aos isoladores e outros componentes da rede elétrica, resultando em falhas e interrupções no fornecimento de energia.
- Danos à Infraestrutura: Incêndios podem causar danos diretos à infraestrutura da rede de transmissão e distribuição, elevando o risco de desligamentos.
Necessidade de Tecnologias Avançadas de Monitoramento
Diante deste cenário, a utilização de tecnologias precisas de monitoramento meteorológico tornou-se essencial para as empresas do setor elétrico. “Com os extremos climáticos influenciando cada vez mais o setor, é crucial que as empresas adotem tecnologias de monitoramento avançadas. Estas tecnologias ajudam no planejamento das operações, expansão e resiliência dos ativos”, afirmou Vitor Hassan, VP de Mercados e Head da vertical de energia da Climatempo.
O Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo (SMAC) tem sido fundamental na resposta a esses desafios. Este sistema robusto utiliza dados em tempo real e previsões precisas para identificar áreas em risco e implementar medidas preventivas. O SMAC permite a mobilização rápida de recursos para combater incêndios antes que causem danos significativos, garantindo a continuidade e segurança das operações.
Abordagem da Climatempo e Estratégias Preventivas
A Climatempo utiliza sensores de satélites para detectar incêndios em estágio inicial, facilitando uma resposta rápida para minimizar os impactos. Além disso, a empresa fornece relatórios detalhados sobre a análise de incêndios, avaliando o histórico de ocorrências, o impacto direto nos ativos e as áreas com maior propensão a incêndios.
“Essas análises são cruciais para que as empresas desenvolvam estratégias eficazes para proteger suas operações, mitigar riscos futuros e otimizar a resposta a desafios ambientais. Com esses insights, é possível planejar e executar ações preventivas para garantir a segurança e continuidade das operações energéticas em áreas propensas a queimadas”, conclui Regoto.
A crescente frequência de queimadas representa um desafio significativo para o setor elétrico. A adoção de tecnologias avançadas e uma abordagem proativa para monitoramento e prevenção são fundamentais para garantir a resiliência e a operação contínua das empresas de energia em um cenário de riscos ambientais elevados.