Como a Eficiência Energética Pode Acelerar a Descarbonização no Setor Industrial

Data:

Compartilhe:

Por Alexandre Serain, Gerente de Marketing da Mitsubishi Electric Brasil

O setor industrial é responsável por uma parte das emissões globais de gases de efeito estufa – composto em 90% por CO2 – e enfrenta um grande desafio de alinhar seus objetivos de negócios às metas de descarbonização. Se por um lado essas organizações respondem por cerca de um quarto do PIB e do emprego global e fabricam produtos e materiais essenciais para a vida cotidiana, as suas atividades também prejudicam o meio ambiente.

De acordo com a agência Climate Change da ONU, o setor industrial é responsável por 34% de todas as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, cerca de 70% dessas emissões são produzidas por indústrias hard-to-abate, nas quais a redução é particularmente desafiadora porque seus processos são intensivos em energia e liberam CO2 como subproduto.

E existe um outro desafio: o setor industrial é um dos mais requer tecnologias verdes para suas iniciativas de descarbonização, mas essas soluções, para muitas aplicações, ainda estão em desenvolvimento ou são demasiado caras, e os ativos industriais têm uma vida útil longa e demoram a serem substituídos ou retrofitados.

Eficiência energética é o primeiro passo para a descarbonização

O Departamento de Energia dos Estados Unidos aponta a implementação de soluções de eficiência energética como pilar fundamental para a descarbonização industrial. E a Agência Internacional de Energia (AIE) indica que essas tecnologias podem representar mais de 40% da redução de emissões necessárias até 2040.

Ainda segundo a AIE, a implementação abrangente de soluções de eficiência energética tem o potencial de melhorar em mais de 50% a intensidade energética por metro quadrado, métrica que mede a quantidade de energia requerida por unidade de produto ou atividade produzida.

E a vantagem é que soluções inovadoras que impulsionam a eficiência energética tanto no chão de fábrica quanto nas unidades administrativas, otimizando a partida de motores, climatização, iluminação, tudo conectado com sensores e redes inteligentes, entregando dados em tempo real, podem ser implementadas em novas plantas ou em instalações retrofitadas.

As auditorias e os sistemas de gestão digital também podem ajudar as indústrias a identificarem oportunidades inexploradas e definirem metas de eficiência energética ambiciosas e alcançáveis.

Segundo a consultoria McKinsey, as empresas que reduzirem simultaneamente custos e emissões podem ganhar uma maior fatia de mercado e financiar novos esforços de descarbonização.

Além disso, organizações que estejam à frente nas ações de descarbonização poderão valorizar as suas marcas e gerar receitas mais rapidamente do que os concorrentes.

As tecnologias que aumentam a eficiência energética, a produtividade, a transparência e, ao mesmo tempo, reduzem custos e contribuem para a descarbonização do setor industrial, certamente podem abrir caminho para um futuro econômico mais resiliente e sustentável. Além, claro, de um futuro melhor para o planeta.

spot_img

Artigos relacionados

Comissão de Infraestrutura aprova diretrizes para audiências públicas da Aneel e empresas de energia

Projeto de Lei avança com ajustes para maior flexibilidade e inclusão digital, enquanto aguarda votação suplementarA Comissão de...

ANEEL aprova redução de 4,38% nas tarifas residenciais da Energisa Acre

Reajuste Tarifário Anual reduz custos para consumidores a partir de 13 de dezembroA Agência Nacional de Energia Elétrica...

ANEEL aprova revisão do Submódulo 9.4 do Proret com novos critérios para cálculo da...

Atualização incorpora critérios de alocação de pontos de conexão ao SIN, aumentando precisão no cálculo tarifárioA Agência Nacional...

CEBRI debate cooperação Brasil-Estados Unidos no G20 e lança dossiê estratégico

Evento reúne especialistas de importantes think tanks americanos para discutir temas globais como mudanças climáticas e transformação digitalO...