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Acesso à Energia Deteriora Globalmente em Meio ao Crescimento Populacional

Novo Relatório da AIE, IRENA, UNSD, Banco Mundial e OMS Alerta para Desafios no Cumprimento do ODS 7 até 2030

O acesso global à energia está se deteriorando, com o número de pessoas sem eletricidade aumentando pela primeira vez em mais de uma década. Em 2022, 685 milhões de pessoas viviam sem acesso à eletricidade, um aumento de 10 milhões em relação ao ano anterior, principalmente na África Subsariana. Além disso, 2,1 bilhões de pessoas continuam a depender de combustíveis prejudiciais para cozinhar, um número que permaneceu praticamente inalterado. Essas conclusões são parte do “Tracking SDG 7: The Energy Progress Report”, divulgado hoje por uma colaboração entre a Agência Internacional de Energia (AIE), a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), a Divisão de Estatística das Nações Unidas (UNSD), o Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7 visa garantir acesso universal a energia acessível, confiável, sustentável e moderna até 2030. Embora tenha havido progresso em algumas áreas, como o aumento da taxa de implantação de energias renováveis no setor energético, os esforços atuais são insuficientes para alcançar as metas estabelecidas. O relatório destaca que, para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius, é necessário triplicar a capacidade de energia renovável até 2030 e duplicar a taxa de eficiência energética.

A falta de acesso a combustíveis e tecnologias limpas para cozinhar afeta 2,1 bilhões de pessoas, resultando em 3,2 milhões de mortes prematuras anualmente devido à poluição do ar doméstico. A utilização tradicional de biomassa para cozinhar também impõe uma carga significativa, especialmente para mulheres e crianças, que gastam até 40 horas por semana coletando lenha.

Fatih Birol, Diretor Executivo da AIE, enfatizou a necessidade de maiores investimentos em economias emergentes e em desenvolvimento para expandir o acesso à eletricidade e a tecnologias limpas de cozinha. Francesco La Camera, Diretor Geral da IRENA, destacou que, embora as energias renováveis estejam em crescimento, a distribuição desigual dos fluxos financeiros públicos internacionais continua a ser um obstáculo significativo.

O relatório será apresentado em um evento especial durante o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, onde os autores instarão a comunidade internacional a reorientar os esforços para fornecer o apoio financeiro, tecnológico e político necessário. Guangzhe Chen, Vice-Presidente de Infraestruturas do Banco Mundial, mencionou que existem soluções para reverter a tendência negativa, incluindo a aceleração da implantação de mini-redes solares e sistemas solares domésticos.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS, destacou a importância de uma transição rápida para energias limpas e tecnologias de cozinha para proteger a saúde das pessoas e do planeta.

O número de pessoas sem eletricidade aumentou para 685 milhões em 2022, um aumento de 10 milhões em relação a 2021. Na África Subsariana, 570 milhões de pessoas vivem sem eletricidade, representando mais de 80% da população mundial sem acesso. Além disso, 2,1 bilhões de pessoas ainda utilizam combustíveis poluentes para cozinhar, com impactos severos na saúde, igualdade de gênero e meio ambiente. O consumo de eletricidade renovável cresceu mais de 6% em 2021, elevando a participação das energias renováveis no consumo global de eletricidade para 28,2%. A capacidade instalada de geração de energia renovável per capita atingiu um recorde de 424 watts per capita em 2022.

A taxa de melhoria da intensidade energética registrou um avanço de 0,8% em 2021, ainda abaixo da meta necessária para o ODS 7. Os fluxos financeiros públicos internacionais para energia limpa em países em desenvolvimento recuperaram para 15,4 bilhões de dólares em 2022, um aumento de 25% em relação a 2021, mas ainda abaixo do pico de 2016.

Para alcançar o ODS 7 até 2030, é crucial intensificar os investimentos e implementar políticas focadas nas economias menos desenvolvidas, visando garantir acesso universal à energia sustentável e limpa.

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