Domingo, Maio 18, 2025
25 C
Rio de Janeiro

Acesso à Energia Deteriora Globalmente em Meio ao Crescimento Populacional

Novo Relatório da AIE, IRENA, UNSD, Banco Mundial e OMS Alerta para Desafios no Cumprimento do ODS 7 até 2030

O acesso global à energia está se deteriorando, com o número de pessoas sem eletricidade aumentando pela primeira vez em mais de uma década. Em 2022, 685 milhões de pessoas viviam sem acesso à eletricidade, um aumento de 10 milhões em relação ao ano anterior, principalmente na África Subsariana. Além disso, 2,1 bilhões de pessoas continuam a depender de combustíveis prejudiciais para cozinhar, um número que permaneceu praticamente inalterado. Essas conclusões são parte do “Tracking SDG 7: The Energy Progress Report”, divulgado hoje por uma colaboração entre a Agência Internacional de Energia (AIE), a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), a Divisão de Estatística das Nações Unidas (UNSD), o Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7 visa garantir acesso universal a energia acessível, confiável, sustentável e moderna até 2030. Embora tenha havido progresso em algumas áreas, como o aumento da taxa de implantação de energias renováveis no setor energético, os esforços atuais são insuficientes para alcançar as metas estabelecidas. O relatório destaca que, para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius, é necessário triplicar a capacidade de energia renovável até 2030 e duplicar a taxa de eficiência energética.

A falta de acesso a combustíveis e tecnologias limpas para cozinhar afeta 2,1 bilhões de pessoas, resultando em 3,2 milhões de mortes prematuras anualmente devido à poluição do ar doméstico. A utilização tradicional de biomassa para cozinhar também impõe uma carga significativa, especialmente para mulheres e crianças, que gastam até 40 horas por semana coletando lenha.

Fatih Birol, Diretor Executivo da AIE, enfatizou a necessidade de maiores investimentos em economias emergentes e em desenvolvimento para expandir o acesso à eletricidade e a tecnologias limpas de cozinha. Francesco La Camera, Diretor Geral da IRENA, destacou que, embora as energias renováveis estejam em crescimento, a distribuição desigual dos fluxos financeiros públicos internacionais continua a ser um obstáculo significativo.

O relatório será apresentado em um evento especial durante o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, onde os autores instarão a comunidade internacional a reorientar os esforços para fornecer o apoio financeiro, tecnológico e político necessário. Guangzhe Chen, Vice-Presidente de Infraestruturas do Banco Mundial, mencionou que existem soluções para reverter a tendência negativa, incluindo a aceleração da implantação de mini-redes solares e sistemas solares domésticos.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS, destacou a importância de uma transição rápida para energias limpas e tecnologias de cozinha para proteger a saúde das pessoas e do planeta.

O número de pessoas sem eletricidade aumentou para 685 milhões em 2022, um aumento de 10 milhões em relação a 2021. Na África Subsariana, 570 milhões de pessoas vivem sem eletricidade, representando mais de 80% da população mundial sem acesso. Além disso, 2,1 bilhões de pessoas ainda utilizam combustíveis poluentes para cozinhar, com impactos severos na saúde, igualdade de gênero e meio ambiente. O consumo de eletricidade renovável cresceu mais de 6% em 2021, elevando a participação das energias renováveis no consumo global de eletricidade para 28,2%. A capacidade instalada de geração de energia renovável per capita atingiu um recorde de 424 watts per capita em 2022.

A taxa de melhoria da intensidade energética registrou um avanço de 0,8% em 2021, ainda abaixo da meta necessária para o ODS 7. Os fluxos financeiros públicos internacionais para energia limpa em países em desenvolvimento recuperaram para 15,4 bilhões de dólares em 2022, um aumento de 25% em relação a 2021, mas ainda abaixo do pico de 2016.

Para alcançar o ODS 7 até 2030, é crucial intensificar os investimentos e implementar políticas focadas nas economias menos desenvolvidas, visando garantir acesso universal à energia sustentável e limpa.

Destaques

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em energia limpa no Brasil

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até 44% o custo da eletricidade na Amazônia

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Palácio da Alvorada terá usina solar e prevê economia anual de R$ 1 milhão com energia

Com investimento de R$ 3,5 milhões via Programa de...

Investimentos em Gás Natural no Brasil Travam Sem Garantias Regulatórias, Fiscais e Jurídicas

Lideranças do setor energético alertam, durante o Seminário de...

Últimas Notícias

Reforma do setor elétrico pode aumentar em até 18,5% a TUSD...

Proposta do MME realoca custos tarifários e pressiona principalmente...

ISA ENERGIA BRASIL conclui modernização estratégica do Centro de Operação de...

Unidade reforça a retaguarda operacional da companhia com tecnologia...

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em...

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até...

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Carros elétricos superam 25% do mercado global em 2025 e aceleram...

Novo relatório da Agência Internacional de Energia aponta crescimento...

Mauricio Lyrio assume Secretaria de Clima, Energia e Meio Ambiente do...

Diplomata com sólida atuação internacional substituirá André Corrêa do...

Artigos Relacionados

Categorias Populares