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ENGIE e WEG realizam ensaio inédito no Brasil comprovando estabilidade de turbina eólica nacional

Parceria entre multinacionais resulta em avanço tecnológico significativo para o setor energético brasileiro

A ENGIE Brasil e a WEG estão protagonizando um feito inédito no Brasil com a realização de um ensaio pioneiro em uma turbina eólica nacional. Pela primeira vez no país, foi realizado o “ensaio de afundamento de tensão” (Low Voltage Ride Through – LVRT), em conformidade com os procedimentos de rede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), visando garantir a segurança e eficiência do sistema elétrico.

Com o crescente aumento das energias renováveis, como eólica e solar, no Brasil, esse tipo de ensaio passará a ser exigido pelo ONS para mitigar riscos sistêmicos de blecautes. Este procedimento é um dos pontos de inovação do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Eólico, uma colaboração entre a ENGIE, a WEG e a CELESC (estatal de energia de Santa Catarina), projetado para antecipar demandas futuras do setor e garantir eficiência e segurança energética nacional.

“Os testes de afundamento de tensão faziam parte desde o início do projeto e acabaram acontecendo em um momento muito importante para o sistema elétrico brasileiro que vem sofrendo com algumas instabilidades. Estes testes vêm para trazer confiabilidade na performance durante transientes da rede”, explica João Paulo Gualberto da Silva, Diretor Superintendente da WEG Energia.

Foram realizados 172 afundamentos para aprimorar a resistência da turbina a esse tipo de distúrbio do sistema, com acompanhamento do ONS e técnicos do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER). O projeto também envolveu simulações de curtos-circuitos para avaliar a performance do aerogerador, além de contar com a participação da empresa espanhola Barlovento.

Este projeto é resultado de uma colaboração de mais de 12 anos entre o SENAI e a WEG para o desenvolvimento de tecnologias de aerogeradores. “Dentro dessa colaboração, houve transferência tecnológica de conhecimentos na área de afundamento de tensão e qualidade de energia para que os aerogeradores que serão desenvolvidos no Brasil possam atender às exigências do código de rede do ONS e do mundo”, destaca Antonio Medeiros, coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).

A turbina, com potência de 4,2 MW, é o primeiro aerogerador nacional criado e produzido no Brasil, fruto da parceria entre a ENGIE, a WEG e a CELESC. Este projeto, realizado no âmbito do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) regulado pela ANEEL, representa um avanço significativo para o setor energético brasileiro.

“Esse P&D comprova que a sinergia entre grandes empresas é um importante acelerador do desenvolvimento do país. Os resultados desse ensaio valorizam a cadeia como um todo, desde os desenvolvedores do aerogerador até os geradores que aplicam a tecnologia em seus parques. Os testes realizados também mostram como o aerogerador desenvolvido atende os requisitos do Operador Nacional do Sistema em casos de distúrbios na rede, o que fortalece a continuação da expansão dessa fonte na matriz energética do país”, comenta Felipe Rejes de Simoni, Gerente de Performance e Inovação da ENGIE Brasil Energia.

“A CELESC reconhece a importância estratégica desse teste, antecipando as exigências do ONS e promovendo a segurança energética do país. Este esforço colaborativo também é um resultado tangível do projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) eólico, no qual a CELESC investiu R$ 30 milhões no projeto, em conjunto com a ENGIE e a WEG, contribuindo para impulsionar o avanço tecnológico e promover a eficiência na geração de energia eólica. Além disso, o aerogerador resultante desse esforço representa não apenas uma conquista tecnológica, mas também um marco na capacidade de inovação do setor energético brasileiro em um projeto complexo que abarca quase todas as engenharias, contribuindo com o compromisso contínuo da Celesc de apoiar iniciativas que impulsionem a transição para uma matriz energética mais limpa e eficiente”, comenta Roberto Kinceler, Gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Celesc.

O projeto, que recebeu um investimento total de mais de R$ 80 milhões, demonstra a capacidade do Brasil de desenvolver tecnologias de ponta e impulsionar a transição para uma matriz energética mais limpa e eficiente.

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