Iniciativa histórica substituirá usinas termelétricas por energia limpa e confiável, transformando o cenário energético de Roraima e da região amazônica.
Roraima está prestes a testemunhar uma revolução em seu panorama energético, com a tão aguardada conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN), uma iniciativa marcada como a maior obra de descarbonização da região amazônica. Atualmente, o estado é o único entre as 27 unidades da federação a permanecer isolado do sistema, dependendo exclusivamente de 58 usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica para atender a demanda energética de seus 488 mil habitantes.
O anúncio da interligação foi feito pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante um evento emblemático em Parintins (AM), no qual o presidente Lula também marcou presença. Com um investimento robusto de R$2,6 bilhões, as obras substituirão as usinas termelétricas por fontes de energia confiáveis, limpas e renováveis, marcando assim um importante passo rumo à sustentabilidade ambiental e à descarbonização do maior bioma brasileiro, a Amazônia.
“A medida é uma importante iniciativa do programa Energias da Amazônia, que visa a descarbonização do maior bioma brasileiro, por meio da transição energética, substituindo a geração promovida por combustíveis fósseis para opções mais sustentáveis”, destaca o ministro Silveira.
A expectativa é que a interligação ao SIN reduza drasticamente a dependência das usinas termelétricas, resultando em uma diminuição significativa nos custos do suprimento de energia elétrica. Estima-se que, inicialmente, haverá uma redução do custo variável de operação das usinas termelétricas locais em cerca de R$200 milhões por ano, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Além dos benefícios econômicos, a conexão ao SIN e a implementação de fontes renováveis de energia representarão um ganho ambiental expressivo. Com a redução prevista de 70% na geração térmica, estima-se que 1,5 milhões de toneladas de CO2 deixarão de ser emitidas, contribuindo assim para a preservação do meio ambiente e para o combate às mudanças climáticas.
As obras de interligação, que compreendem uma linha de transmissão com mais de 700 km de extensão, têm previsão de conclusão até setembro de 2025 e devem gerar mais de 11 mil empregos diretos e indiretos. Com isso, Roraima e as comunidades circunvizinhas vislumbram um futuro mais promissor, marcado pela segurança energética, pela preservação ambiental e pelo desenvolvimento sustentável.