Julio Omori, da Copel, compartilha práticas fundamentais para garantir resiliência das redes elétricas frente a desastres naturais.
Durante o workshop “Resiliência das Redes e Eventos Climáticos Extremos”, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Copel apresentou suas experiências e estratégias no enfrentamento de eventos climáticos adversos.
Julio Omori, superintendente de Projetos Especiais da Copel, delineou três pilares essenciais para lidar com os temporais cada vez mais intensos e frequentes: mobilização prévia baseada em dados confiáveis para detecção de tempestades, manejo adequado da vegetação próxima às redes de energia e investimentos em novas tecnologias.
A participação da Copel no evento destacou sua atuação proativa na mitigação dos impactos dos fenômenos climáticos extremos. Além das distribuidoras de energia, estiveram presentes representantes de órgãos do setor elétrico, como o Operador Nacional do Sistema (ONS), institutos de pesquisa meteorológica e membros da sociedade civil.
A iniciativa da Aneel, que visa abrir consulta pública sobre o tema, tem como objetivo promover o compartilhamento de conhecimento e discutir melhorias na regulação existente, visando aprimorar o processo de detecção de eventos climáticos, prevenir seus efeitos e garantir respostas mais eficazes nos segmentos de distribuição e transmissão de energia.
“O ano de 2023 foi marcado como o ano mais quente da história. Fruto disso, tivemos registros, em todo mundo, de tempestades, ventos acima da média, chuvas, tornados, furacões. Esta é uma realidade com a qual vamos ter que nos adaptar daqui para frente.”, afirmou o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa.
Omori ressaltou a importância da mobilização prévia como medida fundamental. “Prevenção é a alma do negócio. Para enfrentar os temporais fortes e cada vez mais recorrentes é preciso mobilização prévia de equipes, que conseguimos com uma previsão mais certeira, cuidados prévios com a vegetação que fica próxima às redes de energia e investimentos”, afirmou.
O superintendente da Copel destacou um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento em andamento para aprimorar a previsão de eventos climáticos extremos. A parceria com o Instituto de Meteorologia do Paraná (Simepar) tem proporcionado previsões mais precisas, auxiliando na mobilização eficiente de equipes e na redução do tempo de desligamentos.
No que diz respeito ao manejo da vegetação, Omori enfatizou a importância do georreferenciamento de árvores em todo o Estado do Paraná. Com mais de 1,6 milhão de árvores cadastradas, a Copel utiliza esse sistema para a gestão de ativos e operação do sistema, além de manter o Programa Florestas Urbanas, que produz mudas de árvores adequadas à convivência com a rede elétrica.
Por fim, Omori ressaltou a necessidade de investimentos em novas tecnologias para garantir a robustez das redes elétricas. O uso de cabos protegidos e redes compactas, além da automação nas redes de energia e dos medidores inteligentes, são algumas das medidas adotadas pela Copel para enfrentar os desafios apresentados pelos eventos climáticos extremos.