CMSE destaca a importância das hidrelétricas para garantir o fornecimento de energia no Brasil

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Reunião do CMSE ressalta o papel crucial das hidrelétricas diante da demanda máxima do sistema elétrico brasileiro, enquanto autoridades planejam medidas para enfrentar desafios futuros.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) enfatizou, em sua 288ª reunião ordinária realizada na quarta-feira (7/2), a importância estratégica das hidrelétricas para assegurar o fornecimento de energia no Brasil, especialmente durante períodos de demanda máxima. A participação inaugural do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Arthur Cerqueira, destacou a integração entre o Governo Federal e as empresas do setor elétrico como essencial para garantir a segurança e a estabilidade do suprimento energético.

Durante a reunião, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) relatou que, em janeiro de 2024, as bacias dos rios São Francisco, Tocantins, Jacuí e Uruguai experimentaram precipitação acima da média histórica. Apesar disso, o armazenamento de água no Sistema Interligado Nacional (SIN) permanece em 61%, com projeções mínimas e máximas para o final de fevereiro de 62,8% e 68,4%, respectivamente.

Em relação à Energia Natural Afluente (ENA), apenas o subsistema Sul apresentou condições acima da média em janeiro, enquanto os demais subsistemas registraram valores abaixo de 50%. O déficit de precipitação persiste nas bacias da região Sudeste/Centro-Oeste. Apesar dos desafios, o SIN encerrou janeiro com 61% de energia armazenada, o que representa um dos valores mais altos da história.

Estudos prospectivos conduzidos pelo ONS para 2024 indicam que o sistema está preparado para atender toda a demanda prevista. No entanto, foi ressaltado o papel crucial das hidrelétricas para garantir o fornecimento durante os períodos de pico, especialmente em dias quentes com baixa geração eólica. Nas últimas semanas, o aumento da afluência nos reservatórios da região Norte tem permitido às hidrelétricas locais contribuir mais para o atendimento da demanda máxima, reduzindo a necessidade de uso de termelétricas e, consequentemente, os custos de operação.

O CMSE está coordenando estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo ONS para identificar medidas que garantam o atendimento adequado da demanda máxima, que tem sido impulsionada pelo crescimento da carga e pela ocorrência de ondas de calor.

Quanto à expansão do sistema, o primeiro mês de 2024 viu um aumento de 622 MW na capacidade instalada de geração, além da entrada em operação de 151,4 km de linhas de transmissão e 100 MVA de capacidade de transformação. Para o restante do ano, estão previstos incrementos significativos na capacidade instalada de geração, nas linhas de transmissão e na capacidade de transformação na Rede Básica do SIN, com mais de 97% provenientes de fontes renováveis.

O CMSE continuará monitorando de perto as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica no Brasil, reafirmando seu compromisso com a segurança e a confiabilidade do sistema elétrico nacional. As conclusões da reunião serão registradas em ata e divulgadas de acordo com o regimento do comitê.

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