Marco Legal para Produção de Hidrogênio Verde Aprovado pela Comissão Especial e Segue para Plenário

Data:

Compartilhe:

Projeto de Lei estabelece regulamentos e incentivos para promover a indústria de hidrogênio de baixa emissão no Brasil

A Comissão Especial do Hidrogênio Verde aprovou nesta quarta-feira (12) o Projeto de Lei 2.308/2023, que estabelece o marco regulatório para a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono no Brasil. O projeto, que agora segue para votação no Plenário, define regras e incentivos fiscais e financeiros destinados a fomentar a indústria de hidrogênio combustível no país, visando a descarbonização da matriz energética brasileira.

Destaques do Projeto:

  • Autorizações pela ANP: A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) será responsável pela autorização da produção, importação, transporte, exportação e armazenagem de hidrogênio.
  • Produção Exclusiva por Empresas Brasileiras: A produção de hidrogênio será permitida apenas a empresas sediadas no Brasil.
  • Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão: Inclui o Programa Nacional do Hidrogênio, o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), o Sistema Brasileiro de Certificação do Hidrogênio e o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro).

Incentivos e Benefícios:

  • Créditos Fiscais: Concessão de créditos fiscais sobre a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) incidente nas operações de compra e venda de hidrogênio de baixa emissão produzido no Brasil.
  • Suspensão de Impostos: O Rehidro suspende a incidência do PIS/Pasep e da Cofins sobre a compra de matérias-primas e outros itens necessários à produção de hidrogênio de baixa emissão.
  • Programa de Desenvolvimento: Criação do PHBC, que visa financiar a transição energética e incentivar o uso do hidrogênio de baixa emissão nos setores industriais de difícil descarbonização.

Mudanças e Complementações:

  • Adiamento de Concessões de Créditos Fiscais: O início da concessão de créditos fiscais foi adiado de 2027 para 2028.
  • Inclusão de Biocombustíveis: Produtores de biocombustíveis, como o etanol, foram incluídos no Rehidro.
  • Prioridade a Projetos Sustentáveis: Projetos com menor intensidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e maior potencial de adensamento da cadeia de valor nacional terão prioridade na concessão de créditos fiscais.

Participação e Colaborações:

  • Diálogo com Entidades e Governadores: O texto foi resultado de um esforço coletivo e diálogo com entidades do setor e governadores, especialmente da região Nordeste.
  • Emendas e Contribuições: Foram acolhidas emendas sugeridas, incluindo a ampliação da competência da Aneel para colaborar com a ANP e ajustes nos critérios de concessão de créditos fiscais.

O presidente da comissão especial, senador Cid Gomes (PSB-CE), afirmou que outras sugestões poderão ser apresentadas em Plenário. Uma das emendas propostas por Cid aborda o conceito de “adicionalidade”, que seria um critério de avaliação do hidrogênio verde conforme padrões europeus.

Artigos relacionados

Rodeio de Eletricistas: Profissionais da CPFL Paulista Brilham em Competição de Segurança

Competição reúne profissionais em provas práticas que simulam desafios reais na operação de redes elétricas, com foco em...

Demanda de Carga no SIN Apresenta Menor Crescimento em Outubro

Projeções do ONS indicam que a afluência de energia permanecerá abaixo da média em diversos subsistemasA demanda de...

Novo PL Aprovado no Senado Pode Transformar a Iluminação Pública Brasileira

Proposta já aprovada pelo Senado está em análise na Câmara e visa substituir lâmpadas antigas por tecnologias mais...

Alerta do TCU: Atrasos nas Obras da Usina Nuclear de Angra 3 Podem Comprometer...

Auditoria revela problemas contratuais críticos e destaca riscos para a finalização do projeto que pode gerar 1.405 MW...