Energia Solar Offshore Ganha Força na Baía de Tóquio com Projetos Pioneiros

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Sumitomo Mitsui Construction lidera a instalação de parque solar flutuante, enfrentando desafios do mar para expandir a geração de energia renovável no Japão

A Baía de Tóquio está se tornando um importante campo de testes para a energia solar offshore no Japão. À medida que cresce a demanda por fontes renováveis e a escassez de terras disponíveis, empresas estão inovando para superar os desafios da geração de energia no mar.

A Sumitomo Mitsui Construction (SMC) concluiu em abril a instalação do primeiro parque solar offshore do Japão, destinado ao uso comercial. Conectada a um cabo subaquático em maio, a instalação começou a transmitir energia para a terra. Este projeto utiliza um sistema flutuante proprietário da SMC, composto por quatro módulos, cada um com painéis de 50 quilowatts orientados em diferentes direções. Durante uma visita recente, a plataforma – amarrada ao fundo do mar – manteve-se estável mesmo em águas agitadas.

A SMC planeja expandir a capacidade da usina para 1 megawatt, com meta de operação comercial completa até 2030. A empresa já opera seis instalações solares flutuantes em reservatórios e outros corpos d’água internos, totalizando 13 MW de capacidade. Seu sistema de flutuação, feito com material leve, foi projetado para fácil montagem, sem a necessidade de máquinas pesadas.

Desafios e Inovações:

Os parques solares offshore enfrentam desafios únicos, como variações no nível da água causadas por mar agitado e tufões, que podem derrubar plataformas e danificar equipamentos. A SMC modificou sua plataforma para uso offshore, fixando pesos nos cabos de amarração para evitar deslocamentos com as ondas ou marés. Tubos de aço pesados cercam o sistema para evitar tombamento. Além disso, para resistir à corrosão do sal, os painéis são revestidos de vidro tanto na frente quanto na parte traseira.

Apesar dos custos adicionais – estimados em 25% a mais do que os sistemas terrestres, segundo o Laboratório Nacional de Energia Renovável dos EUA – a SMC busca reduzir os custos de estrutura e instalação com sua plataforma inovadora.

Expansão e Futuro:

Com planos ambiciosos, a SMC pretende aumentar sua capacidade de energia renovável em 10 vezes até 2030, atingindo 150 MW, o equivalente a cerca de 30.000 painéis solares domésticos, com foco na energia solar flutuante. “Queremos expandir em áreas menos afetadas pelas ondas, como o Mar Interior de Seto e águas próximas a Tóquio,” disse Sei Tsuchiya, do departamento de planejamento de energia renovável da SMC.

O governo japonês tem como objetivo aumentar a capacidade instalada de geração solar em até 70% entre 2022 e 2030, necessitando de pelo menos 5 gigawatts de nova capacidade por ano. Com pouco espaço terrestre disponível, o Japão está explorando seu vasto espaço aquático. A empresa de pesquisa RTS projeta que a capacidade de geração de energia solar flutuante crescerá de pouco mais de 100 MW em 2022 para 550 MW em 2030, com um potencial de 8 GW apenas dos reservatórios.

Colaborações e Projetos:

A Tokyu Land, em parceria com a startup holandesa SolarDuck, colocou em operação em maio um sistema de demonstração na Baía de Tóquio. Utilizando uma plataforma semelhante a um barco, capaz de suportar ondas de 10 metros, este projeto será ampliado no próximo ano para instalações solares comerciais perto de parques eólicos offshore. “A geração de energia eólica offshore aumenta à noite,” explicou um representante do departamento de cidade inteligente de Tokyu Land. “Construir energia solar nas proximidades facilita a estabilização do fornecimento entre o dia e a noite.”

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