Projeto Cosmos Nickel demonstra que veículos elétricos a bateria podem substituir frotas a diesel com custos competitivos e benefícios ambientais
Um estudo realizado pela IGO Limited, Perenti e ABB confirmou a viabilidade técnica de converter o Projeto Cosmos Nickel, localizado na Austrália Ocidental, para operar com uma frota de minas subterrâneas totalmente elétrica. Esta pesquisa representa um avanço significativo na indústria de mineração, destacando a possibilidade de substituir os tradicionais veículos a diesel por veículos elétricos a bateria (BEVs), mantendo a competitividade em termos de custos e desempenho.
O Estudo de Eletrificação Subterrânea Cosmos concluiu que os veículos elétricos a bateria poderiam igualar a produtividade de uma frota planejada a diesel, com custos de capital (CAPEX) e operacionais (OPEX) que não são proibitivos durante a vida útil prevista da mina. Mesmo com base em suposições conservadoras de produtividade e custos, os BEVs demonstraram ser uma alternativa viável. Além disso, uma frota de BEVs permitiria uma redução significativa nas necessidades de refrigeração e ventilação, comparado com uma alternativa a diesel, compensando a energia adicional exigida pelos veículos elétricos. Consequentemente, o balanço energético global estimado para a operação eletrificada do Cosmos seria inferior ao de uma operação a diesel.
Este estudo é uma das primeiras análises de pré-viabilidade dos aspectos técnicos e econômicos da conversão da frota de uma mina subterrânea australiana de veículos a diesel para veículos elétricos a bateria. A pesquisa incluiu a otimização do projeto da mina para operações elétricas, filosofia de produção e operação, seleção da frota, distribuição de energia e design da infraestrutura elétrica. Também foram investigados o sistema de eletrificação e a gestão de baterias, a análise de impacto ambiental, social e de governança (ESG) e de segurança, além da modelagem dos custos CAPEX e OPEX.
A frota subterrânea de diesel planejada para o Projeto Cosmos Nickel inclui caminhões pesados, carregadeiras, veículos auxiliares como perfuratrizes e plataformas de carga, e veículos leves, incluindo utilitários com tração nas quatro rodas para transporte de pessoas e equipamentos. Alguns BEVs utilizariam estações de troca de bateria, normalmente trocando por uma bateria nova duas a três vezes por turno. A estratégia de localização das estações de carregamento em pontos onde os veículos normalmente estão parados, como durante a carga/descarga ou mudança de turno, foi projetada para minimizar o tempo improdutivo.
Os resultados do estudo mostraram que os caminhões elétricos a bateria poderiam substituir as alternativas a diesel e corresponder à capacidade de transporte exigida no Projeto Cosmos Nickel. Uma mina totalmente elétrica está mais próxima do que nunca, com o equipamento certo disponível e a mudança de mentalidade na indústria, segundo Raj Ratneser, patrocinador executivo do Grupo Perenti para Eletrificação/Descarbonização. A integração eficiente de veículos elétricos em operações de mineração existentes é vista como uma oportunidade de tornar a mineração elétrica mais competitiva.
Max Luedtke, gerente global da linha de negócios para mineração da ABB Process Industries, destacou que minas podem se tornar mais eficientes energeticamente com níveis bastante reduzidos de emissões de CO₂, ao mesmo tempo em que permanecem competitivas e garantem alta produtividade, em parte devido às velocidades de deslocamento mais altas de carregadeiras e caminhões elétricos comparados com seus equivalentes a diesel. Chris Carr, Diretor de Operações Interino da IGO Limited, ressaltou que a eletrificação das operações de mineração subterrânea será crucial para o compromisso da indústria de avançar em direção a emissões líquidas zero, melhorando também as condições de trabalho e a saúde dos funcionários.
O estudo identificou áreas adicionais para investigação, incluindo modelagem mais detalhada de carregamento e transporte de BEVs, otimização da frota e consideração da rede de comunicação para apoiar a frota elétrica. A IGO, Perenti e ABB estão comprometidas em avançar com as pesquisas para implementar essas tecnologias de maneira eficaz. As conclusões de alto nível do estudo foram publicadas em um Livro Branco, disponível para acesso aqui.
