Consumo de eletricidade cresce 5,6% em agosto impulsionado pela indústria, comércio e residências

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Indústria registra consumo recorde pelo segundo mês consecutivo, enquanto comércio e residências acompanham alta. Mercado livre cresce mais de 12% e segue atraindo novos consumidores

O consumo nacional de energia elétrica alcançou 45.855 GWh em agosto de 2024, um aumento de 5,6% em comparação ao mesmo mês de 2023, de acordo com a mais recente edição da Resenha Energética. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela indústria, que registrou um aumento de 7,0% no consumo, além dos setores residencial e comercial, que também apresentaram alta. O consumo acumulado nos últimos 12 meses totalizou 556.066 GWh, um avanço de 7,3% em relação ao mesmo período anterior.

Indústria segue como destaque no consumo de eletricidade

A indústria liderou o crescimento pelo segundo mês consecutivo, refletindo uma recuperação após as retrações observadas em maio e junho. O consumo industrial em agosto foi impulsionado por nove dos dez setores mais eletrointensivos, com destaque para o setor de papel e celulose. A alta de 7,0% no setor industrial reforça o papel da atividade econômica no aumento da demanda energética, destacando-se como o principal motor do crescimento no período.

Recuperação no Rio Grande do Sul impulsiona alta no consumo residencial e comercial

No Rio Grande do Sul, o consumo de energia cresceu 11,6% em agosto de 2024, comparado ao mesmo mês do ano anterior. O estado ainda sente os efeitos das fortes chuvas e inundações históricas que atingiram a região em maio, impactando as estatísticas de consumo de energia. A retomada das atividades nas áreas afetadas pelas enchentes e a contabilização de unidades consumidoras que estavam sem faturamento em meses anteriores ajudaram a impulsionar o consumo, principalmente nos setores residencial (+20,2%) e comercial (+14,1%).

As temperaturas mais baixas registradas em agosto também contribuíram para o aumento do consumo residencial e comercial no estado, com maior uso de aquecimento, entre outros fatores. O setor industrial também registrou crescimento no Rio Grande do Sul, com alta de 5,8%, destacando-se pela recuperação após as paralisações causadas pelas enchentes.

Mercado livre continua em expansão, Nordeste lidera crescimento

O mercado livre de energia elétrica, responsável por 44,5% do consumo nacional em agosto, registrou um aumento de 12,3% no consumo e um expressivo crescimento de 39,9% no número de consumidores, comparado ao mesmo mês de 2023. O Nordeste foi a região com maior expansão no consumo (+15,9%) e no número de consumidores livres (+62,8%).

Esse crescimento está em sintonia com as migrações previstas para 2024, conforme a portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) nº 50/2022, que ampliou a possibilidade de migração para o mercado livre a todos os consumidores do grupo A. A maior flexibilidade nas opções de contratação tem atraído um número crescente de consumidores para o mercado livre, que oferece maior autonomia na escolha de fornecedores e tarifas.

Mercado regulado registra leve alta, com maior crescimento no Sul

Enquanto o mercado livre segue em expansão, o mercado regulado das distribuidoras, que respondeu por 55,5% do consumo nacional em agosto, apresentou um crescimento mais modesto de 0,7%. O número de unidades consumidoras no mercado regulado aumentou 1,4% no período, apesar das migrações para o mercado livre.

Entre as regiões, o Sul destacou-se com a maior expansão no consumo no mercado regulado (+5,3%), enquanto o Nordeste liderou o aumento no número de consumidores cativos (+2,8%).

Perspectivas para o mercado de energia elétrica

O aumento no consumo de energia em agosto reflete a recuperação econômica e a retomada das atividades em diversas regiões, especialmente nas áreas afetadas por desastres naturais. O setor industrial, motor do crescimento, deve continuar registrando resultados positivos nos próximos meses, impulsionado pelo aumento da produção e pela retomada da confiança empresarial.

A expansão do mercado livre segue como tendência de longo prazo, com a flexibilização das regras de migração atraindo novos consumidores, enquanto o mercado regulado mantém sua relevância, especialmente para consumidores residenciais e pequenos negócios. Com isso, espera-se que o consumo de energia continue a crescer de forma sustentada, acompanhando o desenvolvimento econômico e as mudanças nos padrões de consumo no Brasil.

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