Ministro Alexandre Silveira avança na cooperação com a Tenex e Rosatom para impulsionar matriz energética sustentável, mineração de lítio e urânio e transição energética
Em uma agenda diplomática estratégica voltada ao setor de energia, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, iniciou, nesta quinta-feira (08/05), reuniões na Rússia com representantes das estatais Tenex e Rosatom, referências globais em energia nuclear. O objetivo do encontro foi fortalecer a cooperação entre os dois países em áreas prioritárias como energia nuclear, mineração de minerais estratégicos — com destaque para o lítio e o urânio — e tecnologias ligadas à transição energética.
A visita ocorre em um momento crucial para o Brasil, que busca expandir sua liderança em soluções energéticas limpas e sustentáveis. Durante a reunião, Silveira ressaltou os avanços do país na construção de uma matriz energética plural e resiliente, destacando o papel do setor nuclear e dos minerais críticos para o futuro energético.
“O Brasil é plural na geração de energia e temos trabalhado na reestruturação de toda a cadeia energética, com foco na estabilidade e sustentabilidade, prioridades do Ministério de Minas e Energia e do governo do presidente Lula”, afirmou Silveira. “Temos grandes reservas de urânio e potencial para liderar esse setor globalmente. Essa cooperação com a Tenex acelera a produção nacional, fortalece nossa cadeia produtiva e contribui para a descarbonização da economia.”
Cooperação estratégica com estatais russas
A Tenex, subsidiária da Rosatom especializada em fornecimento e enriquecimento de urânio, reiterou o interesse em ampliar o relacionamento com o Brasil. Segundo o CEO da Tenex, Sergey Polgorodnik, há plena disposição para construir parcerias estratégicas em setores que envolvem energia nuclear, minerais estratégicos e transição energética.
“Estamos abertos a parcerias estratégicas com o Brasil, incluindo energia nuclear, recursos naturais e lítio, e confiantes na continuidade dos diálogos técnicos entre nossos países”, declarou Polgorodnik.
Com a intensificação das trocas diplomáticas e técnicas, o Brasil sinaliza ao mercado internacional que está disposto a acelerar sua agenda de inovação energética, com foco em segurança, soberania, transição para fontes limpas e aproveitamento sustentável de seus recursos naturais.
O Vale do Jequitinhonha como polo estratégico do lítio
Durante os encontros, o ministro também destacou o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, como polo estratégico para a produção de lítio, elemento-chave na fabricação de baterias e no avanço da mobilidade elétrica.
“Temos reservas já em desenvolvimento e buscamos relações sólidas e de reciprocidade com parceiros estratégicos como a Tenex”, disse Silveira.
O Brasil figura atualmente entre os seis maiores produtores globais de lítio, além de possuir a oitava maior reserva mundial. Já no caso do urânio, o país detém uma das maiores reservas inexploradas do mundo, com estimativas de aproximadamente 280 mil toneladas do minério. Esses ativos colocam o Brasil em posição privilegiada para liderar projetos estratégicos ligados à energia limpa e soberana.
Diplomacia energética e visão de longo prazo
A missão do ministro à Rússia faz parte de uma articulação mais ampla do governo federal para posicionar o Brasil como referência internacional na cadeia de energia limpa e minerais estratégicos. Silveira acompanha a comitiva oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também visitará a China em sequência.
Em abril, o ministro já havia realizado uma viagem técnica ao país asiático, com o objetivo de preparar o terreno para a agenda presidencial e avançar em temas como mobilidade elétrica, produção de baterias e implantação de data centers, setores-chave para o desenvolvimento econômico, tecnológico e energético do Brasil.
O Ministério de Minas e Energia (MME) tem atuado para atrair investimentos, estabelecer alianças tecnológicas e valorizar os recursos naturais brasileiros, sempre com foco em sustentabilidade, soberania energética e descarbonização.
O estreitamento dos laços com as estatais russas indica uma nova fase para a política energética nacional, baseada em cooperação internacional qualificada e no fortalecimento de cadeias produtivas ligadas à transição energética e à indústria de baixo carbono.