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Demanda de energia no SIN cresce 3,2% em março e consolida tendência de alta no consumo nacional

Demanda de energia no SIN cresce 3,2% em março e consolida tendência de alta no consumo nacional

Boletim do ONS revela crescimento acumulado de 5% nos últimos 12 meses, com destaque para regiões Norte e Sul; Nordeste registra leve recuo pontual

A carga de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou, em março de 2025, um crescimento de 3,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando 86.127 megawatts médios (MWmed). Os dados constam no Boletim Mensal de Carga divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e reforçam a tendência de expansão do consumo elétrico observada desde o segundo semestre de 2023.

O crescimento da carga acumulada nos últimos 12 meses foi ainda mais expressivo, atingindo 5% em comparação ao mesmo período anterior. O comportamento da demanda energética segue refletindo a recuperação de setores produtivos, a estabilidade macroeconômica e as variações climáticas, que têm influência direta sobre o consumo.

Regiões Norte e Sul lideram crescimento

A análise regional mostra que o aumento da carga elétrica não foi homogêneo, mas teve expressiva aceleração em três dos quatro subsistemas que compõem o SIN. O maior avanço foi registrado na região Norte, com alta de 6,2% em relação a março de 2024, alcançando 7.857 MWmed. Em seguida, destaca-se o Sul, com 5,8% (15.540 MWmed), e o Sudeste/Centro-Oeste, com 3% (49.221 MWmed).

A única exceção foi o subsistema Nordeste, que apresentou retração de 0,8% no mês, atingindo 13.509 MWmed. A queda, no entanto, é considerada pontual e não compromete a tendência de crescimento observada no acumulado dos últimos 12 meses, quando a região registrou avanço de 3,3%.

Já os demais subsistemas mantiveram a trajetória de expansão anualizada: Norte (7,2%), Sul (6,1%) e Sudeste/Centro-Oeste (4,8%). Esses indicadores reforçam o panorama de recuperação da demanda elétrica nacional e a necessidade contínua de investimentos em infraestrutura e capacidade de geração e transmissão.

Fatores conjunturais influenciam o resultado

O boletim do ONS também destaca que fatores conjunturais afetaram o desempenho de março. Um deles foi o calendário do Carnaval, que em 2025 ocorreu em março — ao contrário de 2024, quando a festividade caiu em fevereiro. Isso reduziu o número de dias úteis no mês, com impacto direto na atividade industrial e no consumo comercial, especialmente em regiões como o Nordeste.

Outros fatores estruturais, como o aumento da temperatura média em várias regiões do país e a ampliação do uso de equipamentos de climatização, também colaboraram para a elevação da carga.

Do ponto de vista econômico, o crescimento da atividade industrial em setores como mineração, siderurgia e alimentos, além da recuperação do varejo e da demanda por serviços, impulsionaram o consumo energético, especialmente nas regiões Sudeste e Sul.

Expansão sustentada exige atenção ao planejamento

O crescimento contínuo da carga elétrica é um indicador relevante tanto para o planejamento do setor quanto para a formulação de políticas públicas voltadas à segurança energética. O aumento da demanda impõe desafios estruturais para o Sistema Interligado Nacional, que precisa manter o equilíbrio entre oferta e consumo, além de garantir a qualidade e a confiabilidade do fornecimento.

Nesse contexto, os dados do Boletim de Carga de março reforçam a importância da realização de novos leilões de geração e transmissão, bem como da adoção de tecnologias de modernização da rede elétrica, como digitalização, armazenamento e automação.

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