Corte de energia em larga escala paralisa transportes, comunicação e mobilidade; governos formam grupos de crise para lidar com a situação
Uma falha massiva no fornecimento de energia elétrica atingiu, na manhã desta segunda-feira (28), diversos países da Europa, gerando caos em serviços essenciais, transportes e telecomunicações. Portugal, Espanha, França e Itália estão entre os mais afetados pelo apagão, que teve início por volta das 12h do horário local (7h de Brasília). Alemanha, Países Baixos e Suécia também reportaram instabilidades em suas redes elétricas.
Sem previsão para o restabelecimento completo da energia, as autoridades nacionais iniciaram reuniões de emergência para coordenar ações de resposta e mitigar os impactos da interrupção. A origem do apagão ainda está sendo investigada, mas as primeiras informações apontam para um problema na rede de transmissão elétrica que interliga parte do continente europeu.
Impacto generalizado nos serviços essenciais
O colapso da rede elétrica causou a paralisação imediata de sistemas de transporte, como trens e metrôs, além de provocar o fechamento parcial de aeroportos e a interrupção dos serviços de telecomunicação. Estações ferroviárias em toda a Espanha foram evacuadas, e a operadora ferroviária Renfe informou a suspensão nacional dos serviços, com trens parados e cancelamento de partidas.
Em nota oficial, a Red Electrica, operadora da rede elétrica espanhola, afirmou que “as causas estão sendo analisadas” e que “todos os recursos estão sendo mobilizados para o restabelecimento do serviço”. No entanto, até o momento, a distribuição de energia ainda não foi normalizada em grande parte das regiões afetadas.
As forças policiais espanholas emitiram alerta aos cidadãos, pedindo que evitem sair de casa e, caso necessário, redobrem a atenção ao dirigir, em virtude da indisponibilidade dos semáforos e da iluminação pública. “Reduza a velocidade e preste atenção redobrada. Priorize a direção segura: sua calma salva vidas”, diz o comunicado.
Portugal: rede afetada por falha externa
Em Portugal, a situação é igualmente grave. A operadora REN (Redes Energéticas Nacionais) confirmou a ocorrência de um “corte de energia de grandes dimensões”, informando que a falha atingiu todo o território da Península Ibérica e parte da França.
O governo português agiu rapidamente, criando um grupo de trabalho para monitorar o apagão e suas consequências. Segundo o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, “trata-se de um problema de interrupção de energia que está a afetar muitos países da Europa, teve origem na rede de transporte e é um problema de origem exterior a Portugal”.
Até o momento, o fornecimento de energia não foi restabelecido de forma consistente no país, e os serviços públicos continuam operando em contingência.
França, Itália e outros países reportam falhas
A França também foi atingida pelo apagão, principalmente nas regiões próximas à fronteira com a Espanha. A companhia elétrica francesa EDF informou estar investigando a origem do problema e mobilizou equipes de emergência para tentar restaurar a operação das redes.
Na Itália, os efeitos foram sentidos especialmente no norte do país, com relatos de quedas de energia em Turim, Milão e outras grandes cidades. Serviços de emergência italianos também estão em alerta máximo.
A Alemanha, os Países Baixos e a Suécia, embora em menor escala, registraram instabilidades que afetaram o fornecimento de eletricidade e provocaram oscilações no sistema de telecomunicações.
Reuniões de crise e mobilização internacional
Diante da gravidade da situação, autoridades dos quatro países mais afetados convocaram reuniões de crise ainda para esta segunda-feira. A expectativa é de que o tema também seja tratado em fóruns multilaterais europeus, como a Comissão Europeia e o Conselho da União Europeia, dado o impacto transnacional do apagão.
Especialistas apontam que a interconexão das redes elétricas europeias, embora seja vantajosa para a segurança energética em tempos normais, também torna o continente mais vulnerável a efeitos cascata em casos de falhas graves.
De acordo com fontes ligadas às operadoras elétricas, investiga-se a possibilidade de que o evento tenha sido desencadeado por falhas técnicas em linhas de alta tensão ou até mesmo por fatores externos, como ataques cibernéticos ou fenômenos climáticos extremos.
Consequências para a mobilidade e para a segurança pública
Sem energia, serviços básicos como iluminação pública, sinalização de trânsito, hospitais e sistemas de abastecimento de água enfrentam desafios críticos. A segurança pública também foi reforçada, com o aumento do patrulhamento para evitar saques e incidentes em áreas urbanas.
Empresas de telecomunicação reportaram a queda de sinal em diversas regiões, afetando tanto a internet móvel quanto as redes fixas. Cidadãos recorrem a meios alternativos de comunicação, como rádios portáteis e redes Wi-Fi que ainda operam com geradores.
Orientações à população
Governos locais recomendam que a população mantenha a calma, limite deslocamentos, evite elevadores e conserve a carga de dispositivos móveis para casos de emergência. A orientação geral é aguardar em casa por novas atualizações oficiais.
Organismos de proteção civil trabalham para montar abrigos temporários equipados com geradores, principalmente para atender hospitais, lares de idosos e unidades de emergência.
Conclusão
O apagão que paralisou grande parte da Europa nesta segunda-feira revela a fragilidade das redes elétricas interconectadas e a importância de estratégias robustas de resiliência energética. Enquanto a origem da falha ainda é apurada, o evento serve de alerta para a necessidade de modernização das infraestruturas críticas e para o fortalecimento dos protocolos de emergência em nível continental.
À medida que as investigações avançam, será fundamental compreender não apenas o que causou o apagão, mas também como evitar que eventos semelhantes se repitam no futuro próximo, especialmente em um contexto de transição energética acelerada.
