Expansão da matriz energética reforça protagonismo das fontes renováveis, que já representam mais de 85% da capacidade instalada no país
O Brasil iniciou 2025 com uma ampliação significativa na capacidade de geração elétrica. Nos dois primeiros meses do ano, a matriz energética nacional cresceu em 1,6 gigawatts (GW), segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Apenas em fevereiro, foram adicionados 165,31 megawatts (MW) à rede com a entrada em operação comercial de 10 novas usinas em diferentes regiões do país.
Os números reforçam o avanço da infraestrutura elétrica brasileira e a relevância crescente das fontes renováveis. Do total de 209,9 GW de potência fiscalizada até março, mais de 85% provêm de usinas consideradas sustentáveis, como eólicas, solares e hidrelétricas.
Expansão nacional impulsiona segurança energética
A ampliação da capacidade instalada nos primeiros meses de 2025 reflete o esforço contínuo do setor para garantir segurança energética e acompanhar o crescimento da demanda. Em fevereiro, as novas usinas contemplaram diferentes fontes de geração: cinco parques eólicos (64,20 MW), uma termelétrica (53,13 MW) e quatro pequenas centrais hidrelétricas (47,98 MW).
Além da diversificação das fontes de energia, a expansão também ocorreu de forma descentralizada. Os empreendimentos foram distribuídos por 10 estados, abrangendo todas as regiões do Brasil. O Mato Grosso do Sul liderou a ampliação no bimestre, com um acréscimo de 437,13 MW, seguido por Minas Gerais, com 336,83 MW. No mês de fevereiro, a Bahia destacou-se como o estado com maior crescimento da potência instalada, somando 64,20 MW com a ativação de novas usinas eólicas.
Esse avanço na geração reforça a posição do Brasil como uma das potências mundiais em fontes renováveis. A matriz elétrica nacional já se consolidou como uma das mais limpas do mundo, e o contínuo investimento em infraestrutura fortalece a resiliência do setor diante de oscilações climáticas e da crescente demanda por eletricidade.
A tecnologia a serviço da expansão elétrica
O monitoramento e a fiscalização dessas novas usinas são realizados por meio do Sistema de Informações de Geração da ANEEL (SIGA), atualizado diariamente para acompanhar o status dos empreendimentos em operação e em construção.
Para aprimorar a transparência e o acesso às informações sobre a expansão da matriz energética, a ANEEL disponibiliza o painel RALIE, uma ferramenta que permite visualizar a evolução da geração elétrica no país. Com interface intuitiva, o sistema fornece dados detalhados sobre a ampliação da oferta de energia, segmentados por ano, região e tipo de fonte.
Esses mecanismos garantem não apenas o acompanhamento da evolução do setor elétrico, mas também a segurança dos investimentos e o planejamento estratégico para a ampliação da matriz energética nos próximos anos.
O desafio da transição energética e o futuro da geração elétrica
Embora os números demonstrem um crescimento robusto, a expansão da matriz elétrica nacional precisa acompanhar as transformações tecnológicas e a transição energética global. O aumento da participação das fontes renováveis é um passo fundamental para garantir a sustentabilidade do setor a longo prazo.
Especialistas apontam que a demanda por eletricidade crescerá cerca de 40% nos próximos dez anos, impulsionada pelo avanço da mobilidade elétrica, digitalização da economia e eletrificação de processos industriais. Nesse cenário, o Brasil precisa acelerar investimentos em infraestrutura e inovação, garantindo que a oferta de energia esteja alinhada às exigências do futuro.
O caminho para uma matriz elétrica ainda mais sustentável passa pela consolidação de políticas públicas voltadas à transição energética, incentivos para novas tecnologias e aprimoramento da regulação do setor. A evolução do setor elétrico nacional será determinante para garantir um crescimento econômico sólido, sustentável e alinhado às diretrizes globais de descarbonização.