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Brasil Investe em Autossuficiência com Produção Nacional de Ímãs de Terras Raras

Brasil Investe em Autossuficiência com Produção Nacional de Ímãs de Terras Raras

Laboratório da FIEMG, em parceria com 21 empresas, inicia operação em maio e visa reduzir dependência da China no setor estratégico

O Brasil está a um passo de se tornar autossuficiente na produção de ímãs permanentes, essenciais para setores como o automobilístico, energia eólica, saúde, carregadores por indução e defesa. A partir de maio, o Instituto de Terras Raras (CIT SENAI ITR), mantido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e pelo SENAI, operará em plena capacidade em Lagoa Santa (MG), consolidando a estruturação da cadeia produtiva de terras raras no país.

A iniciativa faz parte do Projeto MagBras, que foi aprovado no Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), com um investimento de R$ 73,3 milhões e a participação de 21 empresas. Essas empresas atuarão em diferentes etapas da cadeia produtiva, desde a extração das terras raras até a aplicação final dos ímãs permanentes.

“Teremos um ambiente industrial preparado para acelerar o comissionamento e o desenvolvimento das rotas de fabricação dos ímãs de terras raras, garantindo um avanço fundamental para a indústria brasileira”, afirmou Flávio Roscoe, presidente da FIEMG.

Cadeia Produtiva Nacional Estruturada

O Brasil, que possui a terceira maior reserva mundial de terras raras, ainda não conta com uma cadeia produtiva estruturada para a fabricação desses materiais estratégicos. Atualmente, a China domina o mercado global, respondendo por grande parte da oferta mundial de ímãs permanentes. Com a operação do CIT SENAI ITR, o país poderá acelerar a produção nacional, reduzindo essa dependência e ganhando autonomia em setores críticos para o desenvolvimento econômico e tecnológico.

A proposta envolve o ciclo completo de produção, desde a mineração até a fabricação final dos ímãs prontos para aplicação em motores e outras tecnologias avançadas. Segundo Roscoe, o projeto coloca o Brasil no caminho certo para a transição energética e a independência tecnológica.

“Quando falamos em energia elétrica limpa, falamos em ímãs permanentes. Com esse projeto, o Brasil se coloca definitivamente no caminho da transição energética e da independência tecnológica”, ressaltou o presidente da FIEMG.

Capacitação e Transferência de Tecnologia

A planta do CIT SENAI ITR contará com mão de obra altamente qualificada, incluindo profissionais estrangeiros que contribuirão com a transferência de tecnologia e o desenvolvimento da produção nacional de ímãs permanentes. O laboratório será a maior planta de pesquisa aplicada da América do Sul dedicada à fabricação de ímãs magnéticos, colocando o Brasil em posição de destaque nesse setor estratégico.

Além disso, a FIEMG lidera investimentos e articulações para transformar o Brasil em um player global no fornecimento de insumos estratégicos. A federação adquiriu o laboratório em 2023 com o objetivo de impulsionar a produção nacional e fortalecer a indústria local.

Importância Estratégica dos Ímãs de Terras Raras

Os ímãs de terras raras são essenciais para a inovação tecnológica e a sustentabilidade, tendo papel fundamental em tecnologias de energia limpa, como motores elétricos e turbinas eólicas. A demanda global por esses materiais só tende a crescer, impulsionada pela transição energética e pela busca por fontes de energia renováveis.

Ao investir na produção nacional, o Brasil não apenas fortalece sua indústria, mas também abre caminho para se tornar um fornecedor global de terras raras e ímãs permanentes, reduzindo os riscos de dependência externa e ampliando sua competitividade no mercado internacional.

“O desenvolvimento dessa cadeia produtiva não apenas fortalecerá a indústria nacional, mas também abrirá caminho para que o país se torne um player global no fornecimento desses insumos estratégicos, fundamentais para inovação tecnológica e sustentabilidade”, concluiu Roscoe.

Com a operação do CIT SENAI ITR e o apoio da FIEMG, o Brasil dá um importante passo rumo à autossuficiência e à liderança no setor de terras raras, garantindo maior segurança e competitividade em mercados globais altamente estratégicos.

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