Com aumento de 7% em comparação a 2024, reservatórios refletem as políticas públicas e manejo hídrico adotados pelo MME
Neste sábado (15/02), os reservatórios das Usinas Hidrelétricas (UHE) do Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiram 70% de sua capacidade de armazenamento, um aumento significativo de 7% em relação ao mesmo período de 2024. Os dados foram divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e refletem uma série de ações do Ministério de Minas e Energia (MME) para fortalecer a segurança energética no Brasil.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a abundância de água doce no Brasil – que detém 12% de toda a água doce do planeta – reforça a importância de políticas públicas voltadas ao manejo adequado dos reservatórios hidrelétricos. “Seguimos trabalhando para garantir que a população tenha acesso à energia de qualidade e confiável”, afirmou o ministro.
Chuvas trazem alívio aos reservatórios
Os resultados positivos foram impulsionados pelo início do período chuvoso, em novembro de 2024, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As chuvas ajudaram a elevar os níveis de água das usinas hidrelétricas, que respondem por grande parte da eletricidade consumida no Brasil.
No ano passado, algumas regiões enfrentaram uma grave crise hídrica, especialmente no Norte, o que levou a Agência Nacional de Águas (ANA) a declarar a escassez no Rio Xingu. A resposta a essa crise foi uma medida para reservar água nos reservatórios da região Norte, garantindo a manutenção da geração de energia mesmo em períodos de seca prolongada.
Gestão eficiente de vazão: medida estratégica
Outro fator que contribuiu para a recuperação dos níveis de armazenamento foi a restrição de vazão defluente em algumas usinas estratégicas. O Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) adotou essa medida nas UHE Jupiá, em Mato Grosso do Sul, e Porto Primavera, em São Paulo. Como resultado, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste – responsáveis por 70% da capacidade de armazenamento de energia elétrica no país – acumularam até 11% de água adicional.
Essas regiões são vitais para o sistema elétrico nacional, não apenas pela capacidade de armazenamento, mas também por sua capacidade de atender a picos de consumo em momentos críticos. As ações preventivas mostram a importância da coordenação entre as agências reguladoras, o ONS e o MME para garantir a segurança energética em um cenário de mudanças climáticas e eventos meteorológicos extremos.
Impactos para a segurança energética
O aumento nos níveis dos reservatórios representa um ganho significativo para a segurança energética do país, reduzindo a necessidade de acionamento de termelétricas, que são mais caras e poluentes. Com mais água armazenada, o Brasil se coloca em uma posição mais confortável para enfrentar os períodos de seca e picos de demanda no futuro.
A recuperação dos reservatórios também gera um impacto positivo para o bolso do consumidor, ao reduzir os custos operacionais e a possibilidade de bandeiras tarifárias mais elevadas. Com políticas públicas assertivas e o manejo adequado dos recursos hídricos, o país caminha para um sistema elétrico mais sustentável e resiliente.
Expectativas para 2025
Com a continuidade das chuvas e o monitoramento constante do SIN, espera-se que os níveis de armazenamento permaneçam elevados ao longo de 2025. O MME, o ONS e as demais entidades envolvidas no setor energético seguem atentos às condições climáticas e operacionais para garantir o equilíbrio entre geração de energia e preservação dos recursos hídricos.
O Brasil, com sua ampla capacidade de geração hidrelétrica, está mais preparado para enfrentar os desafios energéticos dos próximos anos, promovendo uma matriz energética mais limpa, segura e acessível para todos os brasileiros.