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Piauí aposta na Economia do Mar como motor de desenvolvimento sustentável

Piauí aposta na Economia do Mar como motor de desenvolvimento sustentável

Nova lei sancionada pelo governador Rafael Fonteles estabelece diretrizes para impulsionar setores marítimos e atrair investimentos

O estado do Piauí acaba de dar um passo estratégico para transformar seus recursos marinhos em um dos pilares do desenvolvimento socioeconômico local. O governador Rafael Fonteles sancionou, nesta segunda-feira (3), a Lei nº 8.590, que institui a Política Estadual de Incentivo à Economia do Mar, um marco regulatório voltado para a exploração sustentável dos recursos marinhos e costeiros.

A nova legislação, publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (6), estabelece diretrizes para impulsionar setores como pesca, turismo, biotecnologia marinha, transporte marítimo e exploração energética offshore. O objetivo é não apenas fomentar a geração de emprego e renda, mas também garantir que o crescimento ocorra de forma sustentável, respeitando os ecossistemas marinhos e promovendo a inclusão social.

Com uma costa de aproximadamente 66 km, o Piauí tem um dos menores litorais do Brasil, mas um potencial econômico significativo. O estado já se destaca na produção de pescados e na aquicultura, além de apresentar perspectivas promissoras para o desenvolvimento do turismo costeiro e a exploração de energias renováveis no mar. Agora, com um arcabouço jurídico estruturado, a intenção do governo é atrair investimentos e consolidar o setor como um dos motores da economia estadual.

O que muda com a nova lei?

A Economia do Mar é um conceito amplo, que engloba todas as atividades econômicas que utilizam ou exploram os recursos marinhos, oceânicos e de águas interiores (como rios e lagoas). A nova legislação piauiense não apenas reconhece esse setor como estratégico, mas também cria mecanismos para sua expansão organizada e sustentável.

Entre os principais pontos da lei, destacam-se:

  • Fomento à geração de emprego e renda, garantindo que as oportunidades sejam distribuídas de forma inclusiva entre os trabalhadores locais.
  • Incentivo à pesquisa e inovação, promovendo o desenvolvimento tecnológico voltado para o uso sustentável dos recursos marinhos.
  • Linhas de crédito específicas para estimular novos empreendimentos no setor.
  • Capacitação de mão de obra especializada, formando profissionais qualificados para atuar nas diversas atividades econômicas ligadas ao mar.
  • Alinhamento com diretrizes nacionais, como a Política Nacional para os Recursos do Mar (PNRM) e o Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro (ZEEC).

Na prática, essas medidas podem alavancar setores como a construção naval, a logística portuária, o turismo náutico, a exploração de biotecnologia marinha e a produção de energias renováveis no mar, incluindo eólica e solar offshore.

A aposta no mar como fonte de desenvolvimento sustentável

Embora o Brasil seja um país de dimensões continentais, a economia baseada no mar ainda é subaproveitada em muitos estados, incluindo o Piauí. O modelo adotado pela nova lei busca mudar essa realidade ao criar um ambiente mais favorável a investimentos e garantir que a exploração dos recursos ocorra de forma sustentável.

Para isso, o governo estadual já estuda parcerias com universidades e centros de pesquisa para fortalecer a base científica da iniciativa. Além disso, um plano estratégico será estruturado para maximizar os ganhos econômicos e sociais da Política Estadual de Incentivo à Economia do Mar.

O governador Rafael Fonteles destacou a importância da nova legislação para a economia do estado. “Estamos criando as bases para que a Economia do Mar se torne um vetor de crescimento para o Piauí. Com planejamento e incentivos adequados, podemos transformar nossa costa e nossos recursos hídricos em ativos de alto valor econômico, garantindo desenvolvimento sustentável e geração de oportunidades para a população.”

A expectativa é que, nos próximos anos, o Piauí passe a atrair novos investimentos em infraestrutura marítima, inovação e qualificação profissional, fortalecendo sua posição no cenário nacional da economia azul.

Desafios e oportunidades

Apesar do grande potencial, a implementação da Economia do Mar no Piauí enfrentará desafios, como a necessidade de infraestrutura portuária mais robusta, a capacitação de mão de obra especializada e a estruturação de marcos regulatórios específicos para determinados segmentos.

No entanto, o movimento do estado segue uma tendência global. Em diversos países, a economia azul – que prioriza o crescimento sustentável associado aos recursos marinhos – tem se consolidado como uma alternativa viável para diversificação econômica. No Brasil, estados como Ceará e Rio Grande do Norte já avançam na exploração de energia eólica offshore, enquanto o turismo náutico cresce no Nordeste.

Agora, com a sanção da nova lei, o Piauí entra nesse mapa, posicionando-se como um estado pronto para aproveitar as riquezas do mar de forma sustentável. A próxima etapa será a implementação prática das diretrizes estabelecidas, garantindo que a teoria se converta em benefícios concretos para a economia e a população local.

Com um litoral pequeno, mas cheio de possibilidades, o Piauí quer provar que, quando bem planejada, a Economia do Mar pode ser uma força transformadora para estados de todas as dimensões.

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