Regiões Sudeste, Sul e Nordeste registram expectativa de precipitações acima das estimativas iniciais, elevando perspectivas para o armazenamento nos principais reservatórios do país
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou positivamente, nesta sexta-feira (6), as estimativas de precipitação sobre as bacias hidrográficas brasileiras para o mês de junho. A atualização reforça um cenário mais favorável para o desempenho das usinas hidrelétricas, que são responsáveis por mais de 50% da geração elétrica nacional.
Segundo o boletim do ONS, as novas projeções indicam que as chuvas devem superar os percentuais divulgados na semana anterior. No Sudeste e Centro-Oeste, onde se concentram os principais reservatórios do país, o volume de chuvas esperado subiu de 75% para 78% da média histórica. Já na região Sul, a estimativa passou de 86% para 108% da média, o que representa um acréscimo significativo no potencial de armazenamento hídrico.
No Nordeste, as precipitações previstas aumentaram de 29% para 35% da média histórica, e no Norte, o percentual passou de 57% para 59%. Apesar de ainda abaixo da média em algumas regiões, a tendência de alta reforça a expectativa de manutenção da confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) durante o mês.
Relevância para a segurança energética
O comportamento do regime de chuvas nas regiões hidrológicas brasileiras é um fator determinante para o equilíbrio entre oferta e demanda de energia elétrica no país. A elevação das previsões pluviométricas representa uma melhora na expectativa de armazenamento de água nos reservatórios, com impacto direto na operação das hidrelétricas e na estabilidade de preços no mercado de energia.
Em especial, o aumento da previsão para o Sudeste e Centro-Oeste é estratégico, já que juntas as duas regiões concentram cerca de 70% da capacidade total de armazenamento do sistema hidrelétrico nacional. Reservatórios mais cheios garantem maior flexibilidade na operação e reduzem a necessidade de acionar fontes térmicas, que costumam ser mais caras e mais poluentes.
Revisão da carga: crescimento menor do que o esperado
Apesar da melhora nas projeções de chuvas, o ONS revisou para baixo a estimativa de crescimento da carga de energia elétrica para o mês de junho. A nova previsão aponta para um aumento de 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado, abaixo dos 2,1% estimados na semana anterior.
A redução pode estar relacionada a fatores como menor atividade industrial, temperaturas mais amenas e moderação no consumo em algumas regiões. Embora seja uma desaceleração, o crescimento ainda indica estabilidade no comportamento da demanda, o que, combinado a uma oferta hidrelétrica mais robusta, compõe um cenário equilibrado para o sistema elétrico.
