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Eventos Climáticos Extremos Causaram Prejuízos de R$ 45,9 Bilhões no Brasil em Quatro Anos, Aponta Estudo

Eventos Climáticos Extremos Causaram Prejuízos de R$ 45,9 Bilhões no Brasil em Quatro Anos, Aponta Estudo
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Impacto econômico atinge setores produtivos, infraestrutura e mais de 32 milhões de pessoas; indústria alerta para a necessidade de medidas contra mudanças climáticas

As consequências dos eventos climáticos extremos no Brasil entre 2020 e 2023 resultaram em um prejuízo econômico de R$ 45,9 bilhões, com impactos severos na agropecuária, serviços e indústria. O levantamento, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), revela que Minas Gerais sozinho sofreu perdas de R$ 4,39 bilhões no período.

Além das perdas econômicas diretas, o estudo aponta que 32 milhões de brasileiros foram afetados por chuvas intensas, secas e ondas de calor, e mais de 2,28 milhões de pessoas ficaram desabrigadas. O impacto nos setores produtivos ameaça a geração de empregos, exportações e arrecadação tributária, além de comprometer infraestrutura crítica em diversas regiões do país.

Segundo o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, os desastres climáticos geram efeitos sistêmicos, afetando empresas, trabalhadores e o crescimento econômico do país.

“Os prejuízos financeiros decorrentes dos desastres hidrológicos geram efeitos encadeados entre os setores e os agentes econômicos. É possível mitigar os efeitos das mudanças climáticas por meio de medidas que contenham o avanço do aquecimento global, como a redução da emissão de carbono”, afirma Roscoe.

Impacto Econômico e Setores Mais Afetados

O estudo da FIEMG revela que os setores produtivos foram os mais afetados financeiramente, com a agropecuária registrando perdas de R$ 24,4 bilhões, seguida pelo setor de serviços com R$ 19,3 bilhões e pela indústria, que sofreu uma perda de R$ 2,2 bilhões.

Além disso, a perda de faturamento nesses setores pode atingir R$ 127 bilhões, o que equivale ao PIB do estado do Maranhão. A pesquisa também projeta impactos significativos na economia brasileira, incluindo uma queda de 0,7% no PIB nacional, uma redução de R$ 14,5 bilhões nas exportações, e uma perda de arrecadação tributária de até R$ 4,9 bilhões. O estudo também prevê o corte de até 573 mil empregos, número equivalente ao total de empregos formais no Piauí, além de uma diminuição da massa salarial em até R$ 14,2 bilhões.

Danos à Infraestrutura e População

Os danos à infraestrutura também são alarmantes. O estudo mostra que, entre 2020 e 2023, 564 mil moradias foram afetadas, sendo 174 mil totalmente destruídas e 390 mil danificadas, totalizando R$ 17,9 bilhões em prejuízos.

Além das residências, estruturas essenciais como hospitais, escolas e obras públicas sofreram danos estimados em R$ 16 bilhões, dificultando a recuperação das comunidades e agravando os desafios sociais.

“Os indivíduos são impactados não apenas em sua saúde e integridade física, mas também sofrem perdas significativas em seus patrimônios e moradias. Esses danos interrompem serviços fundamentais e comprometem o funcionamento normal das comunidades, dificultando a recuperação e o bem-estar da população afetada”, ressalta Roscoe.

Mudanças Climáticas e a Necessidade de Ações Preventivas

O aumento da frequência e da intensidade dos eventos climáticos extremos exige políticas públicas mais robustas e investimentos em infraestrutura resiliente. A FIEMG defende a redução das emissões de carbono e a adoção de práticas sustentáveis, como medidas essenciais para conter o impacto econômico e social dessas catástrofes.

A indústria brasileira, especialmente setores como a agropecuária e a mineração, precisa se adaptar a um novo cenário climático, investindo em tecnologias de mitigação, energias renováveis e práticas de gestão ambiental.

A pesquisa da FIEMG reforça a necessidade de um planejamento estratégico para prevenir e minimizar danos futuros, garantindo que a economia brasileira seja mais resiliente diante das mudanças climáticas e que os setores produtivos consigam se recuperar mais rapidamente após desastres naturais.

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