Altieri chega com a missão de impulsionar a atuação dos produtores independentes de energia em meio a desafios do setor elétrico e transição para fontes renováveis
O setor elétrico brasileiro começou o ano com uma importante mudança de liderança. No dia 2 de janeiro, o engenheiro eletricista Rui Altieri assumiu o cargo de diretor-presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), substituindo Guilherme Velho.
Com uma carreira consolidada e décadas de atuação no setor, Altieri é conhecido por sua trajetória como servidor de carreira da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), onde ocupou cargos estratégicos e contribuiu para o fortalecimento da regulação do setor elétrico nacional. Agora, à frente da Apine, sua missão será defender os interesses dos produtores independentes em um cenário de transformação energética e modernização do mercado.
Um setor em transformação
Os produtores independentes de energia têm um papel estratégico na matriz energética brasileira. Eles são responsáveis por uma parcela significativa da geração de eletricidade no país, especialmente em fontes renováveis como solar, eólica e biomassa. Com o avanço da descarbonização da economia, as expectativas sobre esse segmento aumentam, criando oportunidades, mas também desafios.
Altieri assume a liderança da Apine em um momento de transição para o mercado livre de energia, que permite que consumidores escolham diretamente seus fornecedores. Essa expansão exige novas regulamentações, além de investimentos em infraestrutura e tecnologia para garantir maior eficiência e competitividade.
“A Apine sempre se destacou por seu papel na articulação entre o setor privado e o governo. Vamos trabalhar para criar condições favoráveis à expansão dos produtores independentes, que são fundamentais para garantir segurança energética e um sistema sustentável para o futuro”, destacou Altieri em seu discurso de posse.
Prioridades da nova gestão
Entre as prioridades de Altieri estão o fortalecimento da posição dos produtores independentes na matriz energética, o incentivo ao uso de fontes renováveis e a ampliação das discussões sobre regulação e modernização do setor. Segundo ele, é essencial promover um ambiente que estimule investimentos de longo prazo, garantindo previsibilidade para atrair novos players ao mercado.
Além disso, Altieri planeja intensificar o diálogo com o governo e demais entidades do setor elétrico para enfrentar os desafios relacionados à intermitência das fontes renováveis e à necessidade de modernizar a infraestrutura de transmissão e distribuição de energia.
Outro ponto crucial será defender medidas que possibilitem a inclusão de pequenos e médios produtores no mercado livre, garantindo que eles também tenham condições de competir e prosperar.
“O Brasil tem um imenso potencial energético. Nosso desafio é criar políticas que aproveitem esse potencial de maneira eficiente e sustentável. Como produtores independentes, temos a responsabilidade de liderar essa transformação”, afirmou.
Legado e expectativas
O ex-presidente Guilherme Velho deixa a Apine após um mandato de importantes avanços na representatividade dos produtores independentes. Altieri pretende dar continuidade a esse trabalho, mas com um olhar voltado para o futuro, ampliando o protagonismo do setor em um momento decisivo para o sistema energético brasileiro.
Com as metas de descarbonização e transição energética ganhando destaque na agenda global, a atuação de entidades como a Apine será determinante para moldar o futuro do setor elétrico no Brasil. A experiência de Altieri na Aneel é vista como um diferencial importante para a gestão desse processo.
A expectativa é que sua liderança contribua para consolidar a relevância dos produtores independentes, reforçando a inovação e a sustentabilidade como pilares do setor elétrico nacional.