Ministro de Minas Energia representará o governo brasileiro no Fórum Econômico Mundial, defendendo o protagonismo do país na agenda climática global em ano de COP30 e presidência do Brics
O Brasil busca consolidar seu protagonismo na agenda climática global em 2025. Para reforçar essa posição, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está em Davos, Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial. O evento, que ocorre nesta semana, reúne líderes globais e grandes investidores para discutir temas estratégicos, incluindo transição energética, economia verde e enfrentamento das mudanças climáticas.
O tema principal da edição deste ano, “Colaboração para a Era Inteligente”, destaca a importância de parcerias inovadoras e financiamento de tecnologias de ponta para promover ações climáticas. Dentro dessa agenda, um dos tópicos de debate, “Salvaguardando o planeta”, foca no papel da energia, do clima e da preservação ambiental no futuro sustentável.
De acordo com a assessoria do Ministério de Minas e Energia, Silveira defenderá investimentos externos na transição energética brasileira e apresentará as potencialidades do país como líder em energia limpa e proteção ambiental.
COP30 e o protagonismo brasileiro
2025 será um ano marcante para o Brasil, que sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). O evento, previsto para o segundo semestre, colocará o país no centro das discussões sobre sustentabilidade e enfrentamento do aquecimento global.
Desde o início de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem trabalhado para posicionar o Brasil como uma liderança global em proteção ambiental. Durante sua participação em fóruns internacionais, Lula enfatizou a importância de que países desenvolvidos assumam sua responsabilidade financeira na preservação das florestas e no combate às mudanças climáticas, especialmente em nações em desenvolvimento.
Além disso, a transição energética está entre os pilares das políticas brasileiras em 2025. No ano passado, sob a presidência do G20, o governo colocou o desenvolvimento sustentável no centro das discussões. Agora, como líder do Brics — grupo que reúne economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, o país prioriza a criação de novas estruturas de financiamento climático para apoiar economias vulneráveis.
Desafios e oportunidades
Embora o Brasil tenha uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com destaque para fontes renováveis como hidrelétrica, eólica e solar, o país enfrenta desafios para integrar tecnologias de ponta e ampliar os investimentos no setor.
A presença do ministro Alexandre Silveira em Davos reflete a estratégia do governo de atrair investidores internacionais que compartilhem o compromisso com a transição energética. Entre as ações que devem ser apresentadas, estão os avanços em hidrogênio verde, expansão do mercado de energia renovável e o fortalecimento de políticas públicas voltadas para eficiência energética.
“O Brasil está em uma posição privilegiada para liderar a transição energética global. Com uma das matrizes mais limpas do planeta e a responsabilidade de sediar a COP30, nosso foco é atrair investimentos que solidifiquem nosso papel como protagonista na economia verde”, declarou Silveira.
O cenário internacional
A pauta climática global enfrenta desafios significativos, incluindo a saída recente dos Estados Unidos do Acordo de Paris, liderada pelo presidente Donald Trump. A decisão de abandonar o pacto global, que visa limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, gerou críticas de líderes mundiais e de organizações ambientais.
No Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou a decisão como um retrocesso. Enquanto isso, o Brasil segue buscando parcerias para alavancar sua liderança no combate às mudanças climáticas e na valorização de energias renováveis.
A participação do Brasil no Fórum Econômico Mundial é um passo estratégico para reforçar seu compromisso com a sustentabilidade e atrair recursos que fortaleçam o desenvolvimento de tecnologias limpas. Com a COP30 no horizonte, a mensagem que o país leva a Davos é clara: o Brasil está preparado para liderar a transição energética global, mas precisa do apoio de investidores internacionais para alcançar esse objetivo.