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Demanda de energia no Brasil deve crescer em dezembro, com destaque para a região Norte

ONS projeta aumento de 1,1% na carga do Sistema Interligado Nacional, enquanto o Sudeste/Centro-Oeste apresenta retração

O setor elétrico brasileiro vive um momento de alta demanda e estabilidade hídrica, segundo o boletim mais recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Divulgado no Programa Mensal de Operação (PMO), que abrange a semana operativa de 7 a 13 de dezembro, o relatório prevê que a carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) cresça 1,1% neste mês em comparação ao mesmo período de 2023, atingindo 81.250 MW médios. No entanto, a dinâmica entre as regiões apresenta nuances significativas, revelando tanto oportunidades quanto desafios no gerenciamento do sistema.

Entre os destaques está a região Norte, que lidera o crescimento com uma alta expressiva de 11,9%, alcançando 8.150 MW médios. O Sul, com um aumento de 3,0% (14.252 MW médios), e o Nordeste, com 1,6% (13.621 MW médios), também registram resultados positivos. Em contrapartida, o Sudeste/Centro-Oeste, maior submercado do país, apresenta uma retração de 1,4%, com previsão de carga em 45.227 MW médios, sinalizando desafios localizados e a necessidade de soluções específicas para equilibrar a oferta e a demanda na região.

No quesito armazenamento hídrico, as perspectivas permanecem estáveis, com todos os reservatórios das regiões interligadas apresentando previsões superiores a 40% para o final de dezembro. O Sul novamente se destaca, com o maior percentual de Energia Armazenada (EAR), projetado em 58%. Em seguida, aparecem o Sudeste/Centro-Oeste, com 47,1%, o Norte, com 46,3%, e o Nordeste, com 45,8%. Esses índices reforçam uma leve recuperação no equilíbrio hídrico, essencial para garantir a segurança energética em períodos de maior demanda.

Outro indicador relevante é a Energia Natural Afluente (ENA), que reflete a quantidade de água disponível nos reservatórios das hidrelétricas para conversão em energia elétrica. A região Sul desponta mais uma vez, com a previsão de atingir 124% da Média de Longo Termo (MLT). Entretanto, o Nordeste registra o menor índice, com apenas 51% da MLT, evidenciando a disparidade de recursos hídricos entre as regiões. Para o Sudeste/Centro-Oeste e o Norte, as projeções são de 90% e 82% da MLT, respectivamente.

O relatório do ONS também traz boas notícias em relação ao Custo Marginal de Operação (CMO), que foi reduzido em 7% na comparação com a última revisão, passando para R$ 5,49 por megawatt-hora em todas as regiões. Essa queda reflete a melhoria nas projeções de afluência hídrica, além de uma gestão eficiente dos recursos disponíveis. A redução no CMO é um alívio para o setor, que busca maior competitividade e estabilidade econômica.

Esses dados reforçam a complexidade do sistema elétrico brasileiro, que precisa equilibrar variáveis climáticas, a distribuição regional de recursos e o crescimento da demanda por energia. A alta no consumo no Norte é um reflexo do avanço econômico e da maior necessidade de eletrificação em áreas antes pouco atendidas. Por outro lado, a retração no Sudeste/Centro-Oeste destaca o impacto das condições econômicas e de infraestrutura na demanda energética.

Com o final do ano se aproximando, o ONS projeta um cenário de continuidade na busca por soluções que alinhem sustentabilidade e eficiência. A estabilidade dos níveis dos reservatórios é um sinal positivo, mas o desafio de manter essa segurança energética no longo prazo permanece. O relatório é um lembrete da importância de um planejamento robusto e de investimentos em tecnologias que aumentem a resiliência do setor elétrico diante de desafios como mudanças climáticas e oscilações econômicas.

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