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ONS projeta afluências dentro da média para 2025, mas alerta para desafios operacionais

ONS projeta afluências dentro da média para 2025, mas alerta para desafios operacionais

Cenários apresentados no CMSE refletem condições compatíveis com o período, mas demandam monitoramento constante devido ao histórico recente de estiagem

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou, na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realizada nesta quarta-feira (4/12), as projeções para o período de dezembro de 2024 a maio de 2025. Após o início do período úmido em novembro, com chuvas dentro da média histórica, o setor elétrico brasileiro encontra um cenário favorável para a recomposição dos reservatórios. Contudo, os efeitos da estiagem severa ao longo do ano passado continuam a exigir atenção redobrada na gestão dos recursos hídricos e no planejamento do Sistema Interligado Nacional (SIN).

As perspectivas para a Energia Natural Afluente (ENA), que mede a energia potencial dos reservatórios, oscilam entre 71% e 102% da Média de Longo Termo (MLT). O cenário mais restritivo indicaria a quarta pior marca em 94 anos de registros, enquanto o mais otimista posicionaria o período na 34ª maior posição histórica. Essa variação reforça a necessidade de acompanhar as condições hidrológicas e a operação do sistema nos próximos meses, como destacou Márcio Rea, diretor-geral do ONS.

“Chegamos ao final do ano em condições adequadas, com os reservatórios em recomposição gradual. Contudo, permanecemos atentos. As perspectivas gerais são compatíveis com o momento do ano, mas seguimos monitorando os cenários futuros para que possamos, se necessário, propor ações preventivas de forma antecipada e assertiva”, afirmou Rea.

Desafios e ações estratégicas

Os estudos prospectivos do ONS apontam desafios importantes caso as condições mais desfavoráveis se confirmem, especialmente em situações de alta demanda associada a baixa geração eólica e hidrologia adversa. Cenários como esse podem impor limitações significativas à capacidade de atender à potência necessária para o sistema, demandando maior atuação das termelétricas ou medidas operacionais preventivas.

Para auxiliar nas decisões estratégicas, o colegiado do CMSE aprovou as novas Curvas Referenciais de Armazenamento (CRef) para 2025. Essas curvas definem os níveis mínimos de energia armazenada em cada região do SIN, servindo como referência para acionamento de geração termelétrica adicional, caso necessário, por razões de segurança energética.

Entre os níveis estabelecidos para novembro de 2025, destacam-se os valores de referência para o Sudeste/Centro-Oeste e Sul, de 30%, Norte, com 28%, e Nordeste, com 23%. Esses indicadores, além de apoiarem a tomada de decisões, proporcionam maior transparência e previsibilidade para os agentes do setor elétrico.

Monitoramento contínuo e transparência

As projeções para o próximo semestre refletem um cenário compatível com o período úmido, mas com riscos que demandam atenção. Nos cenários menos otimistas, o desempenho do SIN pode depender de ações rápidas e assertivas, como o acionamento preventivo de térmicas ou a implementação de medidas emergenciais.

Esse esforço contínuo busca garantir que o atendimento à demanda de energia seja realizado de maneira eficiente e segura, mesmo diante de desafios operacionais impostos pelas condições climáticas.

A reunião ordinária do CMSE e as projeções apresentadas pelo ONS são fundamentais para balizar decisões que impactam diretamente a segurança energética do país, assegurando a continuidade do fornecimento de energia elétrica com o menor custo possível para a sociedade.

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