Com 10,3 GW adicionados à matriz elétrica, país já supera a meta da ANEEL e se aproxima do maior crescimento anual da história
O Brasil está prestes a fazer história no setor energético. A expansão da matriz elétrica em 2024 atingiu 10.303,24 megawatts (MW) de potência fiscalizada até novembro, superando a meta de 10.106 MW estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para o ano. Este número coloca o país a poucos passos de quebrar o recorde de maior crescimento anual já registrado, de 10.324,2 MW, conquistado em 2023.
Grande parte desse avanço é impulsionada pelas fontes renováveis, que juntas representam 90,14% do total de novas instalações. A energia solar fotovoltaica lidera com 51,18% (5.272,99 MW), seguida pela eólica, com 38,96% (4.013,90 MW). Das 281 novas usinas em operação, destacam-se 136 solares fotovoltaicas, 114 eólicas, além de instalações menores de termelétricas, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs).
Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte foram os estados com maior participação, concentrando grande parte da capacidade adicionada. Minas Gerais desponta com impressionantes 2.888,46 MW adicionados até agora, fruto da entrada em operação de 16 novas usinas somente em novembro, que somaram 649,12 MW ao sistema.
Expansão regional diversificada
As novas usinas estão distribuídas em 17 estados de todas as regiões do Brasil, reforçando o caráter nacional do crescimento energético. A Bahia ocupa a segunda posição em expansão, com 2.309,60 MW adicionados, seguida pelo Rio Grande do Norte, com 1.775,85 MW.
Somente em novembro, a matriz elétrica recebeu um acréscimo de 950,38 MW provenientes de 26 novas usinas. O destaque foi novamente para a energia solar, com 709,12 MW adicionados por 18 centrais fotovoltaicas, consolidando sua liderança no crescimento do setor.
A matriz elétrica e o cenário atual
Com os novos acréscimos, o Brasil alcançou, no início de dezembro, uma potência total fiscalizada de 207.760,9 MW, conforme dados do Sistema de Informações de Geração da ANEEL (SIGA). Deste total, impressionantes 84,81% vêm de fontes renováveis, confirmando o compromisso nacional com uma matriz mais sustentável.
Esse avanço não ocorre por acaso. As novas instalações passam por rigorosa fiscalização da ANEEL, incluindo inspeções in loco e atualizações constantes no Relatório de Acompanhamento de Empreendimentos de Geração de Energia Elétrica (Rapeel). As informações são consolidadas em ferramentas como o painel RALIE, que oferece um panorama detalhado da expansão do setor, com dados por tipo de fonte, região e ano.
Um olhar para o futuro
A expectativa é que, com o ritmo acelerado de novas instalações, o país supere o recorde histórico de crescimento da matriz elétrica ainda em dezembro. Além de ser um marco para o setor, essa expansão reflete os esforços conjuntos de governos, empresas e reguladores para atender à crescente demanda energética de maneira sustentável, diversificada e inovadora.
