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Justiça Determina que Enel Explique Falhas no Fornecimento de Energia em São Paulo

Justiça Determina que Enel Explique Falhas no Fornecimento de Energia em São Paulo

Tribunal de Justiça de São Paulo concede prazo de 15 dias para concessionária apresentar justificativas e plano de ações após apagões prolongados

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) determinou que a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica em São Paulo, explique no prazo de 15 dias os motivos das falhas que deixaram milhares de consumidores sem luz no estado durante o grande apagão de novembro. A decisão liminar atende a uma ação civil pública movida pelo governo estadual, que acusa a empresa de negligência e exige medidas concretas para prevenir novas interrupções.

A ação foi protocolada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), com o apoio da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) e da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP). Entre as demandas está a apresentação de um relatório detalhado sobre as árvores da capital que possam impactar o fornecimento de energia, além de um cronograma das ações planejadas para mitigar esses riscos.

Cenário de críticas e insatisfação

Nos últimos meses, a Enel tem enfrentado crescente insatisfação devido a falhas recorrentes no fornecimento de energia. Durante o apagão de novembro, a concessionária demorou quase uma semana para normalizar o serviço em diversas regiões da cidade, gerando críticas intensas por parte da população e do governo.

A situação levou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a reforçar a necessidade de maior preparo por parte da empresa. Para Nunes, a justificativa de que as árvores seriam as principais culpadas pelas interrupções não se sustenta:

“As árvores vão existir na cidade. São 650 mil apenas nas vias públicas, sem contar as dos parques e praças. O que precisa é uma poda regular e bem feita. Mas o mais importante é a Enel investir em sua rede e ter equipes prontas para agir rapidamente. A maioria dos casos de falta de energia não tem relação direta com as árvores”, afirmou o prefeito.

Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com uma ação por dano moral coletivo contra a concessionária, evidenciando que o problema já ultrapassou as fronteiras estaduais e alcançou repercussão nacional.

Próximos passos

A decisão do TJ-SP é vista como um marco para responsabilizar a Enel por suas falhas operacionais. Além de explicar os problemas enfrentados, a empresa deverá apresentar um plano de ações concretas para melhorar o atendimento e evitar novos episódios de longa duração sem fornecimento de luz.

Por enquanto, a concessionária declarou que não comentará ações judiciais em andamento. Contudo, especialistas avaliam que a resposta da Enel e os próximos desdobramentos serão cruciais para definir o futuro de sua operação no estado, que já enfrenta crescente pressão por melhorias estruturais e de gestão.

Impactos e perspectivas

Com a proximidade do verão, época de maior incidência de chuvas e quedas de energia, as falhas na infraestrutura elétrica de São Paulo podem ter impactos significativos tanto para os consumidores quanto para a economia local. O governo estadual e municipal têm destacado a importância de medidas preventivas, como manutenção da rede e poda de árvores em áreas de risco, mas apontam que o maior esforço precisa partir da concessionária.

A decisão judicial também reflete uma cobrança maior por transparência e eficiência no setor energético, especialmente em grandes centros urbanos como São Paulo. A resposta da Enel ao TJ-SP será determinante para avaliar seu compromisso em solucionar as falhas e evitar novos episódios de crise.

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