Companhia reforça necessidade de regulamentação para garantir segurança jurídica e evoluir o mercado de geração eólica offshore
A Neoenergia acredita que o país tem grande potencial para o desenvolvimento da geração de energia eólica offshore no longo prazo. No entanto, a companhia ressalta que a criação de um marco legal específico para o setor é essencial para garantir a segurança jurídica e regulatória necessária ao crescimento sustentável dessa nova fonte de energia limpa. Essa regulamentação seria um passo crucial para posicionar o Brasil como um protagonista na exploração de energia eólica em alto-mar, seguindo o exemplo do que já foi alcançado com a eólica onshore.
Durante a 14ª do BWP, Marcelo Lopes, diretor de hidráulica e offshore da Neoenergia, enfatizou que as diretrizes legais também serão importantes para garantir que os primeiros leilões para projetos offshore não sobrecarreguem o setor. “O desenvolvimento da eólica offshore representa uma grande oportunidade para o Brasil a médio e longo prazos. Por isso, é importante que o país se prepare e se posicione para esta nova fonte limpa e renovável. O cenário atual é semelhante ao que já vivemos no passado quando a geração eólica onshore era considerada uma energia alternativa”, afirmou Lopes.
Oportunidades para o Brasil no mercado de energia eólica offshore
A geração de energia eólica offshore, que ocorre em alto-mar, oferece inúmeras vantagens em comparação às usinas instaladas em terra. As condições de vento no mar tendem a ser mais constantes e intensas, proporcionando maior eficiência na geração de eletricidade. Além disso, o Brasil possui uma extensa costa com grande potencial para a instalação de parques eólicos offshore, principalmente em regiões como o Nordeste e o Sul do país, que apresentam ventos favoráveis e infraestrutura portuária em expansão.
Contudo, para que essa fonte de energia se torne uma realidade, é necessário superar diversos desafios, como a criação de um ambiente regulatório adequado e a realização de estudos detalhados sobre as condições ambientais e técnicas. A Neoenergia está dando os primeiros passos nesse sentido, realizando estudos preliminares para a implantação de projetos eólicos offshore. Esses estudos incluem a medição dos recursos eólicos e dados meteorológicos e oceanográficos, além da avaliação de infraestrutura portuária, condições do solo marinho e da conexão elétrica.
A empresa já assinou cinco memorandos de entendimento (MoUs) com estados e parceiros importantes, como Rio Grande do Sul, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Porto do Açu, para o desenvolvimento da geração eólica offshore no Brasil. Isso demonstra o compromisso da Neoenergia com a exploração dessa nova fronteira de energia renovável e seu papel na transição energética do país.
Desafios e regulamentação: a chave para o sucesso da eólica offshore
Para Marcelo Lopes, o estabelecimento de um marco regulatório claro é fundamental para reduzir os riscos e atrair investimentos ao setor. “Sem um ambiente regulatório seguro, não conseguiremos avançar de maneira eficaz. O desenvolvimento da eólica offshore demanda grande capital e envolve questões ambientais e sociais que precisam ser cuidadosamente avaliadas. Garantir segurança jurídica é crucial para que os investidores se sintam confiantes em participar dessa jornada”, ressaltou o executivo durante o painel no BWP, que discutiu riscos, credibilidade e o ambiente infralegal para projetos eólicos.
A experiência da Neoenergia no setor de energia renovável onshore no Brasil oferece uma base sólida para a expansão do mercado offshore. A empresa tem sido pioneira em projetos de geração eólica e solar, além de investir em inovação tecnológica e sustentabilidade. Agora, a Neoenergia está pronta para replicar essa trajetória de sucesso no setor offshore, desde que o país forneça o suporte legal necessário para que essa nova indústria floresça.
A importância de um marco regulatório eficiente
O Brasil já possui um histórico de sucesso na adoção de energia eólica onshore, que passou de uma fonte marginal para uma das principais na matriz energética nacional. Esse sucesso, em grande parte, foi impulsionado por políticas públicas adequadas e leilões competitivos que ajudaram a consolidar o setor. A Neoenergia acredita que, com a energia eólica offshore, o Brasil pode seguir um caminho semelhante, mas isso requer uma abordagem cuidadosa e planejada desde o início.
Um marco regulatório eficaz ajudaria a definir as regras para o licenciamento ambiental, concessões para o uso de áreas marinhas e a realização de leilões para novos projetos, além de estabelecer os parâmetros técnicos e financeiros para o desenvolvimento da indústria. A segurança jurídica proporcionada por essas diretrizes atrairia investidores nacionais e internacionais, interessados em explorar o vasto potencial da costa brasileira.
Além disso, as diretrizes regulatórias precisam garantir que o crescimento do setor eólico offshore seja sustentável e esteja alinhado com os compromissos ambientais do Brasil. O desenvolvimento de energias renováveis como a eólica offshore contribui diretamente para a descarbonização da economia e para o cumprimento das metas climáticas estabelecidas em acordos internacionais, como o Acordo de Paris.