A antecipação visa garantir o fornecimento de energia e evitar paralisações nas UHEs de Jirau e Santo Antônio
A Eletrobras, diante do agravamento da crise hídrica que atinge os estados do Acre e Rondônia, tomou uma medida emergencial para garantir a estabilidade no fornecimento de energia elétrica. A empresa antecipou a energização de um dos dois novos Bancos de Reatores na Subestação Coletora Porto Velho, buscando mitigar o risco de paralisação das Usinas Hidrelétricas (UHEs) de Jirau e Santo Antônio, essenciais para o abastecimento energético da região. Essa ação, realizada na última quarta-feira (02/10), faz parte de um conjunto de iniciativas estratégicas da empresa para enfrentar a pior seca já registrada no histórico hidrológico da região.
Crise Hidrológica e Ameaça ao Sistema Energético
Os Sistemas Acre-Rondônia têm enfrentado condições climáticas extremamente desafiadoras nos últimos meses, com a seca severa trazendo riscos significativos para o setor energético. A redução dos níveis de água impacta diretamente o funcionamento das UHEs, que dependem dos recursos hídricos para operar em plena capacidade. A Eletrobras, em conjunto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), decidiu antecipar a energização do reator para prevenir interrupções no fornecimento de energia e manter a operação das usinas em meio à crise.
Solução Técnica e Antecipação Estratégica
No contexto de uma das secas mais graves da história, a Eletrobras optou por uma medida preventiva e estratégica. O reator energizado atua como uma solução técnica crucial, permitindo respostas mais rápidas e eficientes às variações de carga que ocorrem durante a operação das UHEs Jirau e Santo Antônio. Funciona em stand by, ou seja, fica em prontidão para entrar em ação sempre que necessário, proporcionando segurança adicional ao sistema elétrico.
A instalação de reatores em estações coletoras, como a de Porto Velho, é fundamental para estabilizar o fluxo de energia e evitar oscilações que possam sobrecarregar o sistema. A antecipação dessa energização foi realizada em tempo recorde, demonstrando o compromisso da Eletrobras com a continuidade do abastecimento de energia, mesmo diante de condições climáticas adversas.
Em novembro, a empresa planeja energizar o segundo reator, completando as ações estratégicas que visam garantir maior segurança e estabilidade ao sistema energético da região. Além disso, a Eletrobras tem realizado estudos contínuos para otimizar a operação da UHE Jirau em modo stand alone, sem depender da UHE Santo Antônio, utilizando o sistema Back-to-Back, que integra redes operando em frequências distintas.
Tecnologia Back-to-Back: Segurança e Flexibilidade
Um dos pilares da estratégia da Eletrobras para garantir o fornecimento de energia em tempos de seca é o uso do sistema Back-to-Back, que permite a integração de redes com diferentes frequências. Esse sistema oferece mais flexibilidade e confiabilidade, garantindo que a energia gerada por diversas fontes seja compatível com o sistema de transmissão.
Além disso, na condição stand alone, o Back-to-Back permite que as usinas operem de forma independente, sem depender de outras redes. Essa autonomia é especialmente importante em subestações coletoras como a de Porto Velho, que conectam diversas fontes de energia em áreas remotas. O sistema garante maior estabilidade no fornecimento e reduz o risco de sobrecargas e interrupções.
Compromisso com a Estabilidade Energética
O vice-presidente de engenharia de expansão da Eletrobras, Robson Pinheiro Rodrigues de Campos, destacou que a piora das condições hidrológicas tem exigido soluções rápidas e inovadoras. “Os desafios impostos pelo cenário hidrológico adverso estão se agravando nos últimos anos, exigindo ações estratégicas da empresa, sempre associadas às orientações e exigências dos órgãos regulatórios. Estamos acelerando os estudos e ações para garantir o abastecimento energético, com prioridade para a segurança operacional, do meio ambiente e das pessoas”, afirmou Campos.
A Eletrobras vem acelerando uma série de estudos e iniciativas para garantir que o fornecimento de energia não seja interrompido, mesmo em momentos de crise. A antecipação da energização do reator em Porto Velho é apenas uma das medidas que fazem parte de um plano maior de mitigação dos efeitos da seca no sistema energético do país.