MME e EPE iniciam “Diálogos do G20” no Rio de Janeiro, discutindo desafios e soluções para o acesso ao financiamento na transição energética
O Ministério de Minas e Energia (MME) deu início ao evento “Diálogos do G20 – Transições Energéticas” no Rio de Janeiro, um fórum dedicado a abordar um dos temas mais cruciais no contexto das mudanças globais: o acesso ao financiamento para a transição energética. Esse tema foi estabelecido como uma das três prioridades pelo Grupo de Trabalho sobre Transições Energéticas do G20, visando avançar no diálogo com os países membros e encontrar soluções viáveis para as diversas realidades econômicas e sociais.
O evento, mediado pela coordenadora do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas no G20 Brasil e assessora especial do MME, Mariana Espécie, contou com a presença de representantes de peso, como a diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloísa Borges, e o diretor de Estudos Econômicos, Energéticos e Ambientais da EPE, Thiago Ivanoski. Juntos, eles exploraram as complexidades e os desafios inerentes ao financiamento da transição energética, especialmente em países em desenvolvimento e economias emergentes, onde a necessidade de apoio financeiro é mais acentuada.
Mariana Espécie destacou a diversidade dos países que compõem o G20 e como essa pluralidade de contextos e interesses torna as negociações especialmente desafiadoras. “O grupo de países que fazem parte do G20 é muito diverso, cada um com uma série de peculiaridades e interesses que acabam se tornando evidentes durante o processo de negociação. Tendo em vista que existem algumas disparidades que precisam ser endereçadas em relação ao acesso ao financiamento para a transição energética, para que ela possa avançar na velocidade e no ritmo que se mostram necessários, esse roadmap que está sendo proposto pelo Brasil cumpre um papel fundamental”, pontuou a coordenadora.
Heloísa Borges, em sua intervenção, enfatizou a importância de criar mecanismos que permitam que cada país construa seu próprio caminho na transição energética. Ela ressaltou que o financiamento das tecnologias e estratégias necessárias para essas transições é essencial, alertando contra a imposição de um único caminho para todos. “É muito fundamental também a gente não bloquear caminhos que sejam necessários para as diferentes realidades. Como temos diferentes pontos de partida, a gente não pode ter um único caminho a ser perseguido”, destacou Heloísa, reforçando a necessidade de flexibilidade e adaptação às distintas realidades nacionais.
O “Diálogo G20 – Transições Energéticas” faz parte de uma estratégia mais ampla do MME, em parceria com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Itaipu Binacional. O objetivo é engajar a sociedade brasileira nas discussões globais que estão sendo conduzidas no âmbito do G20, conectando essas discussões com as necessidades e interesses locais. Essa abordagem itinerante visa democratizar o acesso ao debate, levando as discussões para diferentes regiões do Brasil e promovendo um engajamento mais amplo da sociedade.
Os seminários regionais do “Diálogo G20 – Transições Energéticas” serão realizados ao longo do segundo semestre de 2024, passando por cidades estratégicas como São Paulo (SP), Natal (RN), e Brasília (DF), além do Rio de Janeiro. Cada um desses encontros será uma oportunidade para aprofundar as discussões sobre como o Brasil e outros países em desenvolvimento podem garantir o financiamento necessário para suas transições energéticas, contribuindo assim para um futuro mais sustentável e equilibrado globalmente.
Essa iniciativa também se alinha com o G20 Social, uma proposição da presidência brasileira, que visa fortalecer o engajamento social e político nas decisões globais. Ao incluir a sociedade civil e os diferentes atores do setor energético nas discussões, o Brasil busca não apenas liderar o diálogo, mas também garantir que as decisões tomadas no âmbito do G20 reflitam as necessidades reais dos países em desenvolvimento.
O sucesso desses diálogos é fundamental para que o Brasil e outras nações emergentes possam realizar uma transição energética justa e sustentável, garantindo o acesso a tecnologias limpas e financiamento adequado para enfrentar os desafios climáticos e energéticos do século XXI.