Celso Cunha, presidente da ABDAN, apresenta os avanços e desafios do setor nuclear brasileiro na 68ª Conferência Geral da AIEA em Viena
O Brasil está ganhando destaque na 68ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que acontece de 16 a 20 de setembro de 2024, em Viena. A presença da ABDAN (Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares), liderada por seu presidente Celso Cunha, reforça a importância do país no cenário internacional da energia nuclear. Durante o evento, a ABDAN está abordando temas cruciais para o futuro da energia nuclear e sua contribuição para a descarbonização global, com um foco especial nos reatores modulares pequenos (SMRs) e na capacitação de profissionais.
Avanços e Desafios do Setor Nuclear Brasileiro
A conferência em Viena está sendo um ponto de encontro para discussões sobre a expansão da energia nuclear e os desafios associados. Celso Cunha, presidente da ABDAN, está na vanguarda dessas discussões, participando de reuniões e painéis que destacam a importância dos SMRs para a descarbonização da matriz energética brasileira. Cunha ressaltou que a participação da ABDAN é uma oportunidade crucial para mostrar o progresso do setor nuclear no Brasil e para obter apoio internacional. “É extremamente importante que possamos contar com o apoio de outros países e de figuras de alta relevância. Esse suporte internacional reverbera aqui no Brasil, ajudando a impulsionar os avanços necessários”, afirmou Cunha.
Além de abordar a importância dos SMRs, Cunha também destacou um desafio significativo: a capacitação de mão de obra para o setor nuclear. “O mundo está avançando rapidamente na construção de novas usinas nucleares, mas enfrentamos uma escassez de profissionais qualificados. Muitos dos nossos melhores talentos estão sendo contratados por empresas estrangeiras. Precisamos investir na capacitação de mais profissionais para garantir que possamos aproveitar as oportunidades de crescimento no setor”, explicou Cunha. Esse desafio é especialmente relevante em um momento em que o Brasil está se preparando para integrar mais tecnologias nucleares em sua matriz energética.
Reuniões Estratégicas e Cooperação Internacional
A agenda da ABDAN em Viena inclui reuniões com figuras importantes da AIEA, como Mikhail Chudakov, Diretor da Área de Energia, e Najat Mokhtar, Diretora da Área de Medicina. Esses encontros são considerados fundamentais para discutir a cooperação internacional e garantir que a AIEA esteja envolvida na NT2E 2025, um evento essencial para o setor nuclear brasileiro. “O SMR é uma tecnologia promissora que pode transformar nossa matriz energética e ajudar na descarbonização. Não podemos abandonar essa tecnologia; ela é crucial para o futuro da nossa matriz energética”, ressaltou Cunha.
Os SMRs são reatores nucleares menores e modulares que prometem maior flexibilidade e segurança, além de custos reduzidos em comparação com usinas nucleares tradicionais. Esses reatores são vistos como uma solução potencial para a descarbonização da matriz energética, proporcionando uma fonte de energia estável e de baixo carbono. A ABDAN está enfatizando a importância de integrar essas tecnologias no Brasil e explorar as oportunidades que elas oferecem para um futuro mais sustentável.
Participação em Eventos Paralelos e Inovação
Além das discussões sobre SMRs e capacitação, Celso Cunha também está participando de um evento paralelo organizado pela Rosatom, focado em soluções nucleares de pequena escala e seus benefícios para a descarbonização industrial e a produção de hidrogênio livre de carbono. Este evento oferece uma plataforma para explorar como as soluções nucleares podem contribuir para uma economia mais verde e sustentável, destacando a importância da energia nuclear na transição energética global.