País conquista a maior pontuação no Programa de Descarbonização da Indústria (PID) do Fundo de Investimentos Climático e avança na transição para uma economia de baixo carbono.
O Brasil acaba de alcançar uma conquista histórica na agenda global de sustentabilidade e transição energética. O país ficou em primeiro lugar no Programa de Descarbonização da Indústria (PID), iniciativa inédita liderada pelo Fundo de Investimentos Climático (CIF). Como resultado, o Brasil garantiu acesso a um financiamento de R$ 1,3 bilhão, que será destinado à implantação de tecnologias limpas, materiais de baixo carbono e desenvolvimento de hubs de hidrogênio verde.
A decisão foi anunciada oficialmente nesta sexta-feira, 13 de junho, e representa um marco para a indústria nacional no caminho da descarbonização e da competitividade sustentável. A proposta brasileira contou com participação ativa do Ministério de Minas e Energia (MME), além de outros órgãos do governo federal.
O programa tem como objetivo acelerar a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) em setores industriais estratégicos, tradicionalmente responsáveis por cerca de um terço das emissões globais. Segundo o CIF, essa é a primeira iniciativa global de financiamento voltada especificamente para a descarbonização da indústria em países em desenvolvimento.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o resultado é fruto de um compromisso sólido do Brasil com políticas voltadas à transição energética, além de um ambiente de negócios cada vez mais favorável a investimentos sustentáveis.
“Estamos empenhados em promover uma indústria mais limpa, inovadora e competitiva, capaz de gerar empregos de qualidade, movimentar a economia e melhorar a vida da população brasileira. Com apoio do CIF, iremos fortalecer ainda mais nossas ações rumo a um futuro mais sustentável”, declarou Silveira.
Impacto econômico e ambiental
O aporte inicial de R$ 1,3 bilhão tem potencial de alavancar investimentos ainda maiores. A expectativa é que, para cada dólar investido pelo CIF, sejam mobilizados outros 12 dólares em recursos privados e públicos, ampliando significativamente o impacto do programa na economia verde brasileira.
Parte desses recursos será destinada a projetos de desenvolvimento de hubs de hidrogênio de baixa emissão de carbono. Esses projetos serão selecionados por meio de uma chamada pública aberta pelo Ministério de Minas e Energia em outubro de 2024, fortalecendo a cadeia de valor do hidrogênio como vetor estratégico da transição energética.
Reconhecimento internacional e liderança brasileira
O Brasil superou 25 outros países concorrentes, obtendo a maior pontuação entre as propostas apresentadas. A seleção levou em consideração critérios como comprometimento governamental, engajamento do setor privado, prontidão institucional e clareza nas metas de descarbonização.
Além do Brasil, foram selecionados Egito, México, Namíbia, África do Sul, Turquia e Uzbequistão. Todos os escolhidos demonstraram avanços consistentes em políticas climáticas, segundo avaliação do CIF.
O Programa de Descarbonização da Indústria é uma articulação coordenada pela Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, com participação direta do MME, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Avanços na transição energética nacional
A conquista reflete um momento de maturidade da política energética e industrial brasileira, que aposta cada vez mais em inovação, eficiência e sustentabilidade. A descarbonização da indústria não apenas reduz impactos ambientais, mas também posiciona o Brasil como protagonista na nova economia verde global.
Os investimentos permitirão avanços em diversas frentes, como:
- Substituição de combustíveis fósseis por fontes limpas;
- Adoção de materiais de baixo carbono;
- Desenvolvimento de tecnologias circulares;
- Implantação de polos de hidrogênio verde;
- Geração de empregos qualificados na indústria sustentável.
Esse movimento alinha-se aos compromissos internacionais do Brasil com as metas climáticas e reforça a posição do país como uma das lideranças globais na transição energética.