Sob a presidência brasileira em 2025, bloco fortalece agendas sobre financiamento climático, combustíveis sustentáveis e acesso universal à energia limpa
Durante a 7ª Cúpula de Energia da Juventude do BRICS, realizada nesta segunda-feira (9), o Brasil reafirmou sua liderança internacional em temas estratégicos da transição energética, destacando-se pela condução de pautas como financiamento climático, inclusão energética e desenvolvimento sustentável. O evento integra a agenda oficial do BRICS sob presidência brasileira e reuniu jovens líderes dos cinco países-membros — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — além de representantes de países convidados.
A participação do Brasil foi liderada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), representado por Leandro Albuquerque, secretário substituto de Transição Energética e Planejamento. Em sua fala, Albuquerque destacou o papel ativo do país no avanço de um modelo de transição energética justo, inclusivo e resiliente, alinhado aos compromissos globais de mitigação das mudanças climáticas e promoção do acesso universal à energia limpa.
Brasil à frente da cooperação energética do BRICS
Um dos pontos centrais apresentados foi a entrega do Roadmap da Cooperação Energética do BRICS 2025-2030, documento que define as prioridades do bloco para os próximos cinco anos em temas estratégicos como financiamento de transições energéticas, inovação em combustíveis sustentáveis e resiliência climática. De acordo com Albuquerque, a construção do roadmap envolveu uma série de reuniões técnicas e ministeriais, marcadas por alto nível de engajamento e geração de soluções colaborativas entre os países.
“Tivemos neste período reuniões que geraram novas ideias e proporcionaram diferentes abordagens e soluções para os desafios, avançando em cooperações técnicas. O roadmap é resultado desse esforço conjunto e serve como guia para o fortalecimento da agenda energética do BRICS”, afirmou o secretário.
A ampliação recente do BRICS, com a entrada de novos países, também foi abordada como um fator de complexidade e, ao mesmo tempo, de maior impacto estratégico. Segundo Albuquerque, embora o aumento da diversidade traga desafios ao consenso, ele também amplia o escopo das ações e fortalece a capacidade de liderança global do bloco.
“Obtivemos consenso ministerial na declaração de energia, com a inclusão dos temas centrais para transição energética. Percebeu-se um desejo genuíno de concertação entre os países do bloco, com indicação de que o BRICS pode liderar muitas pautas internacionais”, completou.
Inclusão, acesso à energia e programas brasileiros de destaque
O Brasil também reforçou seu compromisso com a universalização do acesso à energia elétrica em bases sustentáveis. Para tanto, o MME tem implementado programas como o Luz para Todos, voltado à eletrificação de áreas rurais e isoladas, e o Energias da Amazônia, que busca ampliar o fornecimento de energia renovável e de qualidade à região amazônica, respeitando sua diversidade social e ambiental.
A fala do MME na cúpula ressaltou que a transição energética não pode se restringir à substituição de tecnologias, mas deve considerar os aspectos sociais e distributivos, promovendo justiça energética, combate à pobreza e acesso a serviços essenciais com custos acessíveis.
Juventude, inovação e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
A Cúpula de Energia da Juventude do BRICS tem se consolidado como um espaço estratégico para o engajamento de jovens líderes nas pautas energéticas globais. O evento estimula o diálogo internacional e o intercâmbio de propostas que respondam aos desafios energéticos contemporâneos com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente aqueles relacionados à energia limpa (ODS 7), ação climática (ODS 13) e redução das desigualdades (ODS 10).
Ao assumir a presidência rotativa do BRICS em 2025, o Brasil vem demonstrando capacidade de articulação diplomática e técnica em setores-chave para o futuro energético do planeta. Ao incluir a juventude nos debates multilaterais e reforçar compromissos com financiamento climático e soluções sustentáveis, o país consolida sua imagem como líder global em transição energética com justiça social.