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Brasil alcança 3,4 milhões de sistemas solares conectados, com destaque para residências em 2025

Brasil alcança 3,4 milhões de sistemas solares conectados, com destaque para residências em 2025

Instalações residenciais lideram com 81% das conexões; retração de 22% na potência instalada revela impacto do mercado sobre o ritmo de expansão da energia solar

O setor de geração distribuída solar no Brasil continua a apresentar resultados expressivos. Até março de 2025, o país superou a marca de 3,4 milhões de sistemas solares conectados à rede elétrica, evidenciando o avanço da transição energética em todas as regiões. Segundo dados do Infográfico Solfácil, publicação mensal elaborada pela empresa Solfácil com base nas informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as residências continuam sendo o principal motor desse crescimento, respondendo por 81% das novas conexões realizadas neste ano.

Este é o maior percentual de participação residencial desde 2019 e sinaliza uma mudança de perfil nos investimentos em energia solar no Brasil. A ampliação do acesso a financiamentos específicos, a diversificação de fornecedores e a conscientização do consumidor em relação aos custos da energia elétrica têm incentivado famílias de todas as faixas de renda a investir na autogeração por meio de painéis fotovoltaicos.

Apesar do crescimento do número de conexões, o relatório aponta uma queda de 22% na potência instalada no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Esse recuo é atribuído a um movimento de antecipação de compras ocorrido no final do ano passado. A expectativa de alta nos preços de equipamentos importados, como painéis e inversores, motivou consumidores e integradores a adiantarem projetos, gerando um pico de demanda no último trimestre de 2024 e uma desaceleração subsequente.

Perfil técnico das instalações e viabilidade financeira

A maior parte das novas instalações solares se concentra na faixa de 3 a 6 kWp (quilo-watt pico), potência típica de projetos residenciais. Segundo a Solfácil, esse dado reforça a tendência de capilarização da energia solar, especialmente entre os consumidores que contam com linhas de crédito facilitadas.

“A energia solar continua crescendo, puxada principalmente pelos consumidores residenciais. A tendência agora é que os sistemas de armazenamento ganhem mais espaço e ajudem o setor a crescer ainda mais nos próximos anos”, destaca Fabio Carrara, CEO e fundador da Solfácil.

Com a evolução do mercado de baterias e da legislação para sistemas híbridos, a expectativa é que o consumidor residencial ganhe ainda mais autonomia energética, reduzindo a dependência da rede convencional e maximizando o aproveitamento da energia solar gerada.

Distribuição geográfica: estados e cidades líderes

São Paulo continua liderando o ranking de estados com o maior número de instalações solares no Brasil, com 148 mil novas conexões entre abril de 2024 e março de 2025. Em seguida aparecem Mato Grosso (60 mil), Minas Gerais (57 mil), Rio Grande do Sul (48 mil) e Paraná (48 mil).

No âmbito municipal, Campo Grande (MS) ocupa a primeira posição, com 11 mil novas conexões no período. A cidade é seguida por Cuiabá (MT), com 10 mil, e Belém (PA), com 9 mil. Capitais como Teresina (PI) e Goiânia (GO) também ganham destaque no panorama nacional, demonstrando o crescimento da energia solar em diferentes regiões, inclusive no Norte e Nordeste, onde há alto potencial de radiação solar.

Desafios estruturais e oportunidades futuras

Embora os números mostrem a robustez do setor, especialistas alertam para desafios que podem afetar o ritmo de expansão nos próximos meses. Entre eles estão a volatilidade cambial, que impacta diretamente os custos de equipamentos importados, e a necessidade de maior estabilidade regulatória, especialmente no que diz respeito à armazenagem de energia e compensação de excedentes.

Além disso, há uma demanda crescente por qualificação técnica de instaladores e integradores, uma vez que o aumento no volume de sistemas exige mão de obra preparada e com conhecimento técnico para garantir a qualidade e a segurança das instalações.

Com mais de 3,4 milhões de sistemas instalados, o Brasil consolida-se como uma referência em geração distribuída solar. Mas o crescimento futuro dependerá da capacidade do setor de equilibrar volume, qualidade e inovação, sem perder de vista o protagonismo do consumidor final na revolução energética brasileira.

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