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Itaipu Autoriza Início de Projeto de Usina Solar Flutuante no Reservatório da Usina

Itaipu Autoriza Início de Projeto de Usina Solar Flutuante no Reservatório da Usina

Diretores da Itaipu assinam ordem de serviço para implantação de usina solar experimental com capacidade de 1 MWp no lado paraguaio

A Itaipu Binacional deu mais um passo na diversificação da matriz energética ao autorizar a instalação de uma usina solar flutuante em seu reservatório. O projeto experimental, assinado na última quinta-feira (13) pelos diretores-gerais da companhia, Enio Verri (Brasil) e Justo Zacarias Irún (Paraguai), marca um movimento estratégico para avaliar o potencial da energia solar integrada à geração hidrelétrica.

A usina será instalada no lado paraguaio do reservatório, ocupando uma área entre 7 e 10 mil metros quadrados. Com aproximadamente 2.000 painéis fotovoltaicos, terá capacidade de geração de 1 MWp (Megawatt-pico), o suficiente para abastecer cerca de 650 residências. O prazo de execução do projeto é de 150 dias, seguido por mais 180 dias de assistência técnica, treinamento e monitoramento dos resultados.

O projeto não apenas fortalece o compromisso da Itaipu com a inovação e a sustentabilidade, mas também pode servir como modelo para outras usinas hidrelétricas no Brasil e no Paraguai, ampliando as possibilidades de integração entre fontes renováveis.

Integração Entre Energia Hidrelétrica e Solar

A proposta de instalar painéis solares sobre a lâmina d’água de um reservatório hidrelétrico permite a otimização do espaço já existente, sem necessidade de desmatamento ou ocupação de novas áreas terrestres. Além disso, o modelo traz benefícios ambientais importantes, como a redução da evaporação da água, a diminuição da proliferação de algas e a manutenção da qualidade do ecossistema aquático.

De acordo com Enio Verri, a iniciativa faz parte de um conceito maior de transição energética, visando aproveitar ao máximo o potencial das infraestruturas já instaladas.

“O Brasil é o maior produtor de energia hidrelétrica do mundo, e agora estamos integrando essa estrutura com a geração solar. Em poucos anos, essa tecnologia poderá estar disponível para toda a sociedade, ampliando o acesso a uma energia limpa e renovável”, destacou o diretor-geral brasileiro da Itaipu.

A experiência será essencial para compreender a eficiência, os custos e os impactos ambientais desse tipo de tecnologia, podendo abrir caminho para um novo modelo de geração de energia na América Latina.

Potencial para uma “Nova Itaipu”

A instalação da usina solar flutuante é apenas um primeiro passo para uma escala muito maior. Segundo Ediléu Cardoso Jr., CEO do grupo KWP Energia/Sunlution, apenas 10% da lâmina d’água do reservatório de Itaipu poderiam gerar cerca de 14.000 MW de potência instalada – o equivalente à capacidade total da própria usina hidrelétrica.

“Esse é o primeiro projeto desse tipo realizado por uma empresa binacional no mundo. Estamos dando um passo muito importante para a adoção dessa tecnologia em larga escala e para a criação de uma nova fonte de geração renovável”, afirmou Cardoso.

O consórcio responsável pelo projeto é formado pelas empresas Sunlution (Brasil) e Luxacril (Paraguai), que venceram a licitação apresentando uma proposta de US$ 854,5 mil, um desconto de 11,72% em relação ao valor previsto inicialmente. O contrato inclui engenharia, fornecimento de equipamentos elétricos, sistemas de controle, estruturas mecânicas, montagem e comissionamento da usina.

Inovação e Sustentabilidade no Centro da Estratégia

A apresentação técnica do projeto foi conduzida por Pedro Domaniczky, chefe da Assessoria de Energias Renováveis do lado paraguaio da Itaipu, e pelo engenheiro Márcio Massakiti, da assessoria brasileira. Massakiti destacou que o monitoramento dos impactos ambientais será um dos principais focos do estudo.

“Sabemos que a usina solar flutuante pode trazer vantagens como a preservação dos recursos hídricos e a redução de emissões de carbono. Agora, teremos dados concretos para comprovar esses benefícios e subsidiar futuras expansões”, explicou.

Além de reduzir o impacto ambiental, a tecnologia pode otimizar a geração de energia, uma vez que os painéis solares flutuantes tendem a operar em temperaturas mais baixas do que os instalados em solo, aumentando sua eficiência.

Perspectivas para o Futuro da Energia Solar Flutuante

A iniciativa da Itaipu pode se tornar referência para outras usinas hidrelétricas do Brasil e de países vizinhos. Com a crescente demanda por energia renovável e a necessidade de reduzir as emissões de carbono, soluções inovadoras como essa têm potencial para transformar o setor elétrico.

O projeto reforça o papel de Itaipu não apenas como uma das maiores geradoras de energia limpa do mundo, mas também como um centro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. Caso os testes comprovem a viabilidade técnica e econômica, essa experiência pode abrir caminho para um novo modelo híbrido de geração elétrica, unindo as vantagens da energia hidrelétrica e solar.

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