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Consumo de energia cresce em todas as regiões do Brasil impulsionado por calor intenso e baixa afluência

Consumo de energia cresce em todas as regiões do Brasil impulsionado por calor intenso e baixa afluência

Projeções do ONS indicam aumento da carga elétrica no Sistema Interligado Nacional, enquanto reservatórios operam abaixo da média histórica

O consumo de energia elétrica no Brasil segue em trajetória ascendente em março, refletindo o impacto de temperaturas elevadas e a baixa afluência nos reservatórios hidrelétricos. De acordo com o relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) deve crescer 3,5% neste mês, alcançando 86.414 MWmed. O aumento é registrado em todas as regiões do país, evidenciando tanto a maior demanda provocada pelo calor quanto a retomada da atividade econômica.

Entre os subsistemas do SIN, o Sul será a região com maior avanço no consumo, com uma alta de 5,6% (15.516 MWmed). O Sudeste/Centro-Oeste, que representa a maior fatia da carga elétrica nacional, deve registrar um crescimento de 3,6% (49.529 MWmed). No Norte e Nordeste, a expansão esperada é de 3,4% (7.648 MWmed) e 0,8% (13.721 MWmed), respectivamente. Esses percentuais, que comparam os números de março de 2025 com o mesmo período de 2024, indicam uma forte tendência de crescimento no consumo de eletricidade no país.

Reservatórios apresentam níveis baixos e reforçam desafios da matriz hidrelétrica

Embora o sistema elétrico brasileiro esteja atendendo plenamente à demanda, a baixa afluência nos reservatórios das usinas hidrelétricas acende um sinal de alerta. O relatório do ONS aponta que a Energia Natural Afluente (ENA) – indicador que mede a quantidade de água que chega aos reservatórios para geração elétrica – está abaixo da Média de Longo Termo (MLT) em todas as regiões.

O melhor cenário é o do Norte, com 95% da MLT, seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, que registra 65% da média histórica. No entanto, os índices são ainda mais preocupantes no Sul e no Nordeste, onde a ENA atinge apenas 55% e 28% da MLT, respectivamente.

A redução da oferta hídrica reforça a necessidade de um planejamento energético robusto e da diversificação da matriz elétrica brasileira, especialmente diante de um cenário climático desafiador. Segundo Marcio Rea, diretor-geral do ONS, o momento exige um monitoramento constante da operação do sistema.

“Seguimos priorizando a melhor utilização dos recursos energéticos do país e a recuperação do nível dos principais reservatórios. O SIN continua atendendo plenamente às demandas de carga, que devem se manter elevadas uma vez que teremos continuidade do registro de temperaturas acima da média”, afirma.

Capacidade de armazenamento segue elevada em parte do país

O nível de Energia Armazenada (EAR), que mede a quantidade de água disponível nos reservatórios para geração de eletricidade, permanece acima de 70% em três subsistemas. A região Norte apresenta a melhor situação, com 95,9% da capacidade armazenada, seguida pelo Nordeste (80,2%) e Sudeste/Centro-Oeste (71,6%).

No entanto, a região Sul apresenta um cenário mais preocupante, com apenas 37,2% da capacidade de armazenamento, reforçando a necessidade de medidas para evitar impactos futuros no fornecimento de energia.

Custo Marginal de Operação se mantém estável

O Custo Marginal de Operação (CMO), indicador que influencia os preços da energia elétrica no mercado de curto prazo, segue uma tendência estável nas últimas semanas. Os valores continuam zerados nas regiões Norte e Nordeste, enquanto no Sudeste/Centro-Oeste e Sul, o índice permanece em R$ 315,49/MWh.

Esse comportamento indica que, apesar do aumento da demanda, a oferta de energia segue equilibrada no país, garantindo previsibilidade ao setor elétrico.

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