Com 225 projetos cadastrados e 2.884 MW de capacidade, o leilão A-5 destaca o potencial das PCHs e CGHs para o futuro energético do país
O setor hidrelétrico brasileiro acaba de alcançar um marco significativo com o Leilão de Energia Nova A-5 de 2025, que registrou 225 projetos inscritos na Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O total cadastrado alcançou uma capacidade instalada de 2.884 MW, um aumento impressionante de 90% em comparação ao leilão realizado em 2022, que contou com 90 projetos e 1.516 MW.
A Associação Brasileira de PCHs e CGHs (ABRAPCH) comemorou o resultado, destacando a importância estratégica dessas fontes para a diversificação da matriz energética e o fortalecimento da oferta de energia firme.
PCHs São o Grande Destaque
Entre os projetos inscritos, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) foram responsáveis pela maior parte da capacidade, com 173 projetos que somam 2.487 MW, representando 86% da energia cadastrada no leilão. Esse número mais que dobrou em relação aos 80 projetos cadastrados no leilão de 2022.
Já as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) apresentaram 45 projetos, com uma capacidade de 128 MW, enquanto as Usinas Hidrelétricas (UHEs) registraram sete projetos, totalizando 269 MW.
Investidores Retomam Interesse
Para a presidente da ABRAPCH, Alessandra Torres, os números refletem o interesse renovado dos investidores e o potencial represado do setor hidrelétrico. “Esse recorde reafirma o potencial das PCHs para dobrar sua capacidade instalada e contribuir de forma decisiva para a energia firme do sistema, inclusive no horário de pico”, comemorou.
Torres também destacou a abertura do leilão como um passo importante por parte do Ministério de Minas e Energia. “O cadastramento recorde é extremamente positivo, pois evidencia a existência de inúmeros projetos represados há anos e também o apetite dos investidores para apostar neste setor”, afirmou.
Detalhes do Leilão
O Leilão de Energia Nova A-5 está marcado para 25 de julho de 2025 e segue as regras de leilões anteriores. As Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) estarão dispensadas de apresentar registro prévio junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para fins de habilitação técnica pela EPE.
Os contratos resultantes terão duração de 20 anos, com início de vigência em 1º de janeiro de 2030.
Desafios e Oportunidades
Apesar do entusiasmo, o setor hidrelétrico ainda enfrenta desafios. Entre os principais estão os entraves regulatórios, questões ambientais e o custo de financiamento. No entanto, os números do leilão A-5 mostram um caminho promissor para essas fontes de energia, que são essenciais para garantir estabilidade ao sistema elétrico nacional.
As PCHs e CGHs têm ganhado destaque nos últimos anos por serem fontes renováveis e de baixo impacto ambiental, além de sua capacidade de geração distribuída, o que reduz perdas no transporte de energia. Com o aumento da demanda por fontes limpas e renováveis, o mercado vê nas PCHs e CGHs uma oportunidade única para diversificar a matriz energética e fortalecer a segurança do sistema elétrico.
O resultado do leilão será um indicativo claro de como o setor energético brasileiro está se preparando para os desafios futuros e poderá marcar uma nova era de desenvolvimento para as pequenas e médias centrais hidrelétricas.